sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Talking About My Generation (1)

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Então, meus jovens leitores =T
Eu quero por esse blog na ativa e fazer esse espaço na Internet valer mais a pena que um simples registro da minha vida...
A ideia desde o começo era expor a realidade da geração y. Do final dela mais precisamente, por isso o nome do blog era Talking About My Generation (Falando Sobre a Minha Geração).
Enfim, com a falta de posts dos envolvidos, a minha posse do blog e tal, o objetivo inicial do blog acabou esquecido...
Agora eu estou tentando voltar com isso. Acho que posso fazer algo que preste aqui e vou tentar finalmente...
Pretendo postar às Sextas, mas não garanto que postarei em todas
Voltamos ao texto =P
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Sobre uma geração que nasceu acomodada

É fato sabido que a galera do final da Geração X (nossos pais, como são conhecidos - e falo como jovem de classe média "alta"), tiveram de lutar por valores morais garantidos na constituição e que obviamente não vinham sendo oferecidos a população (sim! Eu estou falando da Ditadura Militar...).
Nossos pais tiveram de "lutar" pelo direito de escolher seus representantes e outros que agora eu não vou saber enumerar. Nossos pais lutaram contra o sistema porque desejavam um mundo melhor, com o direito à liberdade e a possibilidade de oferecer aos seus filhos as possibilidades que eles queriam ter tido e não tiveram.
Nós viemos ao mundo e essas possibilidades nos foram oferecidas graças ao esforço dos nossos pais (que de certa forma se venderam ao sistema para nos garantir isso - quero dizer que eles lutaram, mas não puderam ser totalmente firmes em suas opiniões, eventualmente cederam ao sistema para poder viver com o que haviam conseguido). Mas que valor atribuímos a esse esforço? Não me considero um exemplo nesse caso, mas vejo por aí pais reclamando que seus filhos parecem não se importar com as possibilidades perfeitas que lhes são oferecidas.
Por que se importariam? Eles não sabem o real valor disso. A Geração Y não lutou pelos seus direitos, ela teve seus direitos assegurados. Teve seu direito ao estudo assegurado por escolas particulares que suprem as más condições da pública e seus pais que se dispuseram a pagar por um melhor ensino. Teve seu direito à segurança garantido por muros cada vez mais altos, eletrificados e vigiados em condomínios e bairros de maior segurança. Teve o direito à liberdade de expressão assegurada pelo surgimento de meios de comunicação cada instante mais rápidos e vetado pela desconsideração de nossos pais para com estes meios ("vetado" aqui é uma palavra muito forte, espero conseguir falar sobre isso mais aprofundadamente em outro texto).
Nossos direitos e possibilidades foram entregues a nós sem nenhum esforço de nossa parte. Não há valor lógico pra nós. Claro que falo por mim e alguns outros. Há sim, quem saiba o real valor dessas oportunidades, mas não posso afirmar que seja uma maioria infelizmente.
Da Geração Y os que mais sabem o valor dessas oportunidades, são os das classes mais baixas (de uma forma geral, é claro), e por uma infelicidade, são poucos das classes baixas que podem ou conseguem fazer alguma diferença e representar esse esforço, retribuí-lo.
Me envergonho de não ter percebido esse valor antes, e me envergonho de ter as possibilidades e não saber usá-las, quando outras pessoas que gosto tanto, merecem uma chance igual e se contentam com muito menos sem desanimar.
Eu FAÇO parte dessa geração acomodada e tenho vergonha disso. Quero mudar e espero que os que se identificarem comigo mudem também.

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Bom... Esse foi o primeiro post do TAMG que realmente vale o nome antigo do blog x]
Espero que fique bom e que vocês gostem O:
Comentários, críticas e sugestões, vcs já sabem u.ú (comentem claro)

4 comentários:

Ariadne disse...

Na verdade, o que você falou, é um fenômeno que na Espanha ganhou o nome de 'geração ni' (niem trabalha, niem estuda), o que se aplica a muitas pessoas de nossa geração. Mas, porém, contudo, toda via, meus pais não fazem parte da geração que teve que lutar contra ditadura, meu pai nasceu em 63 ou 64, em uma cidade do interior de SP em que 'lutas pela ditadura' não existia, isso ainda com o meu avô que era super ultra mega conservador. Meu avô deu uma vida bem confortável para o meu pai (assim como a minha mãe que vem de família 'rica' lá em Piraju), mas nem por isso os dois se acomodaram. Meu pai podia ter optado por ficar trabalhando como músico ou no fórum de Piraju a vida toda, eles viviam 'bem' assim, não tinham luxos, mas era o suficiente pra nós 4, no entanto, meu pai nunca deixou de estudar e, mesmo hoje, aos 40 e tantos anos ele quer prestar concurso para melhorar sua aposentadoria. Acho que por isso não quero me enquadrar na tal 'geração ni', é lógico que usufruo dos privilégios que me são oferecidos, sou muito grata por ter podido estudar em escola particular, ter ido para o exterior (e poder planejar uma segunda ida o ano que vem), por ter a oportunidade de fazer uma faculdade fora e todas as outras coisas que eu, teoricamente, não poderia aproveitar se fizesse parte de uma classe menos privilegiada. Mas é nessa parte que eu discordo de você em seu texto. Em Rio Preto, conheci muita gente que fazia a faculdade só com a bolsa, algumas dessas pessoas, só podiam ir em festas quando os amigos pagavam, um dos meus amigos, o André, vivia com 50,00 por semana, sendo obrigado a dividir quarto com mais 4 pessoas em um pensionato duvidoso para poder pagar aluguel, alguns dele, tinham bolsa moradia + o auxílio para comida que a própria unesp oferecia, mas isso requeria esforço. Para conseguir uma bolsa dessas, a assistente social visita sua casa, você tem que entregar um monte de papéis, tem um puta trabalho e ainda é obrigado a manter as suas notas altas senão perde o benefício (assim como eu, durante a faculdade, terei que manter minhas notas altas, senão vou voltar pra Marília de novo), então é muito mais 'cômodo' reclamar que 'não me são dadas oportunidades' do que correr atrás de alguma dessas coisas. O governo Dilma (assim como seu antecessor, o Lula) tem uma política assistencialista gigantesca, as polêmicas cotas, são exatamente para as pessoas de baixa renda que não tiveram a educação que foi oferecida a nós dois, tem também prouni que permite que essas pessoas estudem em faculdades particulares com bolsas de até 100%, o fies que para os cursos de licenciatura e medicina, após formado, os estudantes só precisam trabalhas um número x de tempo em unidades públicas de saúde e educação que a sua dívida está quitada, isso sem contar todas as outras bolsas que são oferecidas pela própria universidade.
O meu ponto é: quem realmente quer corre atrás. Então discordo quando você diz que 'as pessoas de classe mais baixa são os que mais sabem o valor dessas oportunidades', existem pessoas acomodadas dos dois lados. (Ari, comentando com textos desde a abertura do vpmt)

Cauê Chu'bS disse...

que tenso O:
enfim u.u falei baseado no que vejo =P
na verdade não procurei dados, nem nada, mas sei dos lances de assistência do governo e tal, é que não vejo isso, provavelmente porque nunca passei por nada disso. u.u
acho que são realidades muito distintas e daí a gente tem múltiplas interpretações delas...
ou seja, não to debatendo nada aqui
só dizendo que vc tem razão e assumindo que também tenho razão e cada um de nós está vendo um lado da coisa
qdo digo realidades distintas, digo a nossa de classe média e a da classe baixa. e concordo com vc que hj quem quer consegue, mas mesmo esse conseguir eu acho que não é tão simples assim
e pensando em vida acadêmica eu ignorei a universidade particular
no meu texto quis me referir unicamente às públicas, onde eu vejo sim uma dificuldade de se entrar, inclusive pq não são todos os alunos da rede pública que apoiam o sistema de cotas e aderem a ele.
pra te dar uma resposta completa eu teria que reler o meu texto e reler seu comentário e ficar pensando nos dois, mas agora, às vésperas da 2ª fase da UNESP e cansado como eu estou, não rola não =P
queria também esperar talvez mais algum comentário alheio que possa aparecer e então fazer um discurso decente, mas gostei da sua resposta u.u
parto do princípio que a idéia de um bom texto é lançar uma discussão e não terminar com ela (e acho que nessa aqui a gente iria muito longe xD)

Ariadne disse...

E ainda faltou lembrar de fatec's e etec's, o número de procura para tecnólogo é bem grande, e essas duas são de graça, praticamente sem concorrência e com um vestibular bem simples. A pessoa pode não fazer exatamente a faculdade dos sonhos (meu sonho era fazer gastronomia no senac), mas se formando em outro lugar e trabalhando, talvez mais tarde possa pagar e andar com as próprias pernas até a melhoria de qualidade de vida e verdadeira realização profissional, como eu já disse, e tudo questão de correr atrás.

OBS: PDA de natal terça feira? tenho que dar os presentes.

Cauê Chu'bS disse...

OBS: terça :B hum... acho que dá sim =]