terça-feira, 27 de abril de 2010

Zona do Desespero


Mais uma vez eu, um tanto quanto metido a adulto, confesso, irei expor a minha posição sobre as verdades estabelecidas pelos jovens, as quais devem ser gradualmente substituidas por uma lógica mais real, em nível material, e menos terrorista, tudo isso para evitar a instabilidade emocional, afinal são só uns hormônios em excesso, não nos levemos tão a sério.

A partir do momento que o adolescente corre risco de entrar no desespero, no sentimentalismo agressivo, radical e principalmente imediatista, o mesmo, na melhor das hipóteses, acaba querendo questionar os fatores que influenciam sua vida e vai amadurendo rapidamente, tornando-se assim uma pessoa mais controlada e segura. Apesar dessa possibilidade, o ideal, sendo isso justificado pelo meu fundamentalismo empirista, é o método tentativa e erro mesmo: insistir em algumas ignorâncias para, aí sim, chegar a maturidade, até porque é bem mais saudável e gostoso ir tocando a vida sem muita ansiedade, cuja origem, no caso, seria essa necessidade de amadurecer de maneira urgente e atrapalhada.

Infelizmente antes de "sair da caverna", o adolescente tem muita dificuldade em parar de maginificar seus problemas e sofre muito, condena o meio e a si próprio de maneira preconceituosa e logo entra na maldita "zona do desespero"
Nesse ponto tudo é tragédia, angústia e não há estímulo de continuar vivendo. Ocorre com mais frequência nos adolescentes inteligentes ou metidos a tal, pois estes se vêem no direito de julgar os fatos de maneira absoluta e definitiva, quando tal luxo não se aplica nem aos adultos mais conscientes.

Inspirando-me numa pessoa muito importante na minha vida, afirmo que não devemos nos comprometer tanto conosco e aproveitar os momentos em geral, por mais simples e insignificantes que pareçam, evitando assim a perturbação e a falta de controle por motivos nada racionais.

Sejamos, portanto, jovens cientes das nossas próprias limitações para assim, recorrendo muito à humildade, possamos desenvolver uma fase harmônica e de algum aprendizado, para contornarmos a inevitável dor e aproveitarmos melhor o tempo, para que este seja suficiente para realizarmos algo valioso, algo que valha a pena lembrar mais tarde.

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"O problema é a falta de paixão que dá. Tudo fica sem sentido, sem motivação. Preciso aguardar para ver se volta. Meu problema é que eu era muito apaixonado pela vida, não devemos ser tanto, porque às vezes temos que parar (como no problema de agora). Mas como não se apaixonar pela vida? Ser cínico ou ser forte? Melhor ser forte! Demonstrar que não está muito preocupado ou motivado, somente VIVA"

(By: A pessoa mais importante da minha vida)



SEJA FORTE!





sábado, 17 de abril de 2010

Primeira.


Meu primeiro post aqui, então porque não falar sobre primeiras vezes. Digo a adolescência é o momento das primeiras vezes, primeiro beijo, transa, relacionamento, porre, uso de drogas, de tudo sendo bom o ruim, não importa é a primeira vez e será sempre especial. O que a torna especial é a quebra de algum valor do passado ou a sua comprovação, você se liberta do teórico e vive o prático.
Se libertar do teórico é sempre difícil você tenta imitar cenas que ja viu no cinema, falar frases de livros ou musicas e tais atos dificilmente saem como você planejou, saem a sua maneira. Quero chegar ao ponto que o impulso inicial para se fazer qualquer coisa nova está dentro de você e que a arte, de qualquer tipo, é apenas um guia teórico que apresenta algumas idéias do que pode acontecer mas você nunca é o personagem que quer parecer, você estará sempre limitado a ser você e viver a sua vida.


Espero postar mais aqui com os meus valorosos amigos, Glaucool.


terça-feira, 13 de abril de 2010

Uma crítica à TV aberta

Vim falar mal da TV aberta no Brasil, portanto, se quiser me xingar, encontre outro lugar, se quiser debater, seja bem vindo.

Vou começar pelo SBT, que diga-se de passagem, eu não vejo há alguns anos, mas mantenho a minha opinião de que é um canal indiferente, mostra tudo que o povo gosta e não se submete tanto à crítica, ou pelo menos não passa essa impressão. Não tenho muito a dizer sobre.

Vamos então para a Record. Tenho menos ainda a dizer, mas vou deixar bem claro que acho no mínimo um tanto paradoxal um canal cujo dono é também dono da Universal, exibir um anime como Fullmetal Alchemist, que em algumas cenas denigre a imagem da Igreja, mas tudo bem. Aos muitos Edir Macedo ganha dinheiro em cima da fé dos seus telespectadores, mas como o próprio já tem muito dinheiro a impressão que tenho é de que o canal fica um tanto abandonado.

A Band não tem nada que mereça um grande destaque. Talvez o Brasil Urgente seja o programa mais "UOU!" do canal, sempre mostrando, enfatizando as piores partes e exagerando descaradamente o que acontece no mundo do crime, sendo preconceituoso em alguns casos, eu diria até incitando o preconceito.
O Programa da Márcia (grande tia Márcia!), mentiroso como só um programa daquele nível poderia ser, criando casos e mostrando mentiras como a transformação MILAGROSA(!!!) de uma mulher TÃO feia, mas TÃO feia, que se ela entrar numa creche, as crianças saem correndo (eu ri xD), em uma mulher bonita (me perdoem mulheres MUITO, MUITO feias, não tenho nada contra vocês, mas no mínimo vocês devem ter noção de sua condição estética).

Chegamos no pior, na minha opinião. A Globo. Novelinhas malditas com quase nenhum conteúdo, noticiários manipuladores (não que os outros canais também não tenham), filmes (muito) reprisados, picotados, programação infantil fraca (muito) e o pior, programas que cultuam a alienação.
Começando pelas novelas. Estava pensando hoje, toda novela começa interessante. Claro, o enredo começa original, mas ele deve ser aprovado pela opinião pública, e aí já era. Os roteiristas se rendem ao maldito, desgraçado do Ibope e acabam tornando suas tramas na mesma merda de sempre.
Programação infantil, "taca desenho, que tá tudo certo.", claro, desde cedo manipularemos nossas crianças pra que elas não aprendam a pensar, num país onde pensar é substituído pela novelas das nove, o BBB e outros lixos, pra que elas vão querer pensar. Investe-se em desenhos que prezam pelo entretenimento, mas não pelo aprendizado, e isso não é ruim, mas também não é bom.
Programas "culto à alienação" dispensariam comentários em um país crítico, mas sinto dizer que por uma vasta maioria, e me dói dizer isso, não é o nosso caso. Por programas "culto à alienação", me refiro à BBB, Vídeo Show, programas das tardes de domingo (da Globo ou não). Vídeo Show, um programa de TV que fala da TV, puta caso de intertextualidade, pena que aliene pra caralho. Não basta ver a novela das nove, eu tenho que ter um resumo do que aconteceu na hora do almoço, com comentários dos atores, montagenzinhas whatever fazendo graça sobre o encontro do personagem fulano da novela das nove, com o cicrano, interpretado pelo mesmo ator em uma novela passada, ou coisa do tipo, resumo de TUDO que acontece no BBB, quem comeu quem, quem brigou com quem e por aí vai. Malditas sejam as tardes de domingo, não passa nada que presta na TV, todos os canais tem o mesmo programa com apresentadores diferentes e algumas vezes quadros diferentes, mas geralmente com o mesmo fim, te manter mais preso à merda da programação semanal, ou te manter fora da realidade além do seu portão.

Se eu não gosto, por que eu assisto TV?
Eu não assisto. Evito ao máximo, mas não moro numa caverna e nem desejo morar. Tenho que me manter informado de alguma forma.

Não falei da Cultura, não porque a desconsidere, mas porque estou levantando podres da TV brasileira, e devo dizer, eu não achei nenhum na Cultura. Pelo mesmo motivo não citei algumas coisas boas dos outros canais.
É algo a si pensar.

E fica meu protesto silencioso e um pedido.
Se alguém aí se sente assim também, na medida do possível, deixem de ver TV, ou passem a assistir a Cultura. Só se exibe aquilo que o povo assiste.

sábado, 10 de abril de 2010

Na lógica adolescente...

...o mundo não muda,
na lógica adolescente, nada é bom o suficiente,
na lógica adolescente, a verdade está aí aparente,
só os dinossauros dos nossos pais que não enxergam.


O amadurecimento é saber administrar os impulsos, conseguir se desintegrar de crênças, deixar de ser rígido e tornar-se rigoroso, é admitir o limite, a incapacidade, a ignorância de sí mesmo, como ser-humano.

A falta de êxito na linha de pensamento investida por nós, jovens, se dá pela ideia de que crescer é como morrer: é perder a segurança, é descobrir que tudo que acreditamos é fundamentado exclusivamente por emoções, e tais, sozinhas, não nos levam a fatos.

Mudar dói, mas tem uma coisa pior: tomar senso de que a mudança não cumpre com tuas expectativas. Acontece que a verdade pode nos levar a três caminhos, à sincera sobriedade, à parcial alienação ou à completa insanidade

Um tolo pode entrar em contato com a verdade e, caso interprete-a corretamente pode seguir-se sóbrio e esclarecido ou perturbado
Também devemos cogitar a ideia de que há um equívoco na interpretação da epifania sofrida pelo tolo, que pode incorporar aquela construção distorcida da verdade e isolar-se de qualquer outra.

No nosso caso a "verdade" correponde ao fato de que nós jovens precisamos transcender para a fase adulta, descobrir novos sentimentos e desempenhar novos processos filosóficos.
Dói muito, eu sei que dói, entretanto compensa sentir a dor do empenho, do trabalho, se tornar proveito no futuro.

Mesmo reconhecendo isso, como é triste imaginar que tenho que deixar esses sentimentos, alguns até inocentes, resquícios da simplicidade presente na infância. Agora mesmo eu sinto o crescer como morrer, pois a nostalgia tenta me vencer, tenta me convencer de que devo regredir.

Não devo...




Me apresentando, aqui é o Felipe, ou Chalaça, como preferir ^^










sexta-feira, 9 de abril de 2010

Talking About My Generation

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola

Geração Coca Cola - Legião Urbana

Quanto custa crescer? Quanto custa entrar na faculdade? Quanto custa ser diferente? Quanto custa estar nesse mundo? Quanto custa tudo isso e mais um pouco?

Hoje eu acordei e resolvi vir aqui escrever, coloquei Legião Urbana (pra variar) e o Renato começou a falar comigo, entre Tempo Perdido e Geração Coca Cola, fiquei pensando em tudo que acontece com a nossa geração.

Não sou socióloga, psicóloga e nem nenhuma oga de nome, no final de cinco anos serei uma professora de ensino fundamental e médio e quer saber? Que merda de salas eu terei que aturar.

Somos da geração da super proteção, super valorização da infância (por parte dos pais) e adolescência precoce (por parte das crianças). Não, não devemos voltar ao tempo da palmatória, mas ter que ouvir o pai de unzinho qualquer brigando comigo porque coloquei o filhinho dele pra fora é uma vergonha sem tamanho.

E sabe, isso super reflete no que a nossa geração é e o que a próxima irá se tornar.
Somos alienados, achamos jornal chato e história inútil, nosso mundinho são os mangás e jogos online, malhação é nosso exemplo de "jovens saudáveis" e não tem problema se eu não fizer nada na escola o ano inteiro, aquele "#@&*(&¨%#@$%" daquele diretor não pode nos repetir quando já tivemos a formatura do terceiro.
Nosso parâmetro de crime hediondo é o que aconteceu com o "anjinho" Isabela Nardoni e aqueles monstros, o pai e a madrasta dela, mereciam pena de morte.
Profissão pra ganhar dinheiro? Prestem concurso amiguinhos, funcionário público trabalha pouco, ganha bem e ainda consegue tirar uma propina básica se tudo der certo.

Me dói saber que lá nos anos 80 Renato Russo já preveu o que iria acontecer com nós, já sabia que a geração coca cola iria crescer cada vez mais, que seríamos criados na frente da tv, que nossa vida seria piadinhas toscas de friends enquanto nossa pança aumenta cada dia mais, já que nem temos capacidade de levantar e pegar nosso próprio refrigerante (mamãe tá lá pra isso, né?)

É, eu sei que a minha visão está meio pessimista, mas prometo que a partir de agora melhora, ok?
Como eu disse, também escutei Tempo Perdido para escrever esse post e é tão engraçado que enquanto uma música tem uma visão tão pessimista, a outra nos traz ânimo novo, cheiro de coisa boa.

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...

Tempo Perdido - Legião Urbana

Não temos mais o ontem pra fazer diferença e talvez hoje já seja tarde, mas temos todos os amanhãs possíveis. Digam o que disserem da vida ser curta e o escambau, pra mim ela é longa o suficiente pra eu fazer o que sempre quis e o que eu acho que é necessário.

Tenho uma professora que diz que nós não mudaremos o mundo através dos nossos futuros alunos e eu discordo tanto disso. Quem estudou no Interação (acredito que grande parte dos leitores desse blog) teve aula com o Mané e quer saber? Ele me mudou, muitas vezes saí da aula me sentindo um lixo, outras me sentindo bem, outras sentindo vontade de ter mais aulas, mas sempre saí da aula querendo mudanças, querendo ver as coisas ocorrerem de uma forma diferente.
E eu espero, de coração, que daqui há 5 ou 6 anos eu possa fazer o mesmo com os meus alunos que hoje ainda são crianças na pré escola.

Cabe a nós ser a mudança que o mundo precisa, cabe a nós acabar com a dominação da Geração Coca Cola e eu não acho que seja tão difícil conseguir isso. Porque eu sei, que apesar de tudo, a nossa geração tem uma pequena parcela que pode fazer com que as coisas estejam certas. Confio em nós mesmos apesar de ás vezes isso ser bem difícil.





Ah é, esqueci de me apresentar.
Prazer, Ariadne, estudante do primeiro ano de letras da UNESP, futura professora e alguém que acredita que possa fazer a diferença.