sábado, 25 de abril de 2015

Sei lá, às vezes eu só queria ser um pouco menos chato...
É muito difícil pra mim ver filmes com amigos, porque eu sou extremamente crítico e analítico daquilo que assisto. Eu dificilmente consigo sair do cinema e avaliar um filme como bom. E quando vejo filmes com meus amigos, o que é quase a totalidade das vezes, eu acabo sendo o chato da turma. Eu sou aquele cara que vai apontar os defeitos do filme e justificar que ele é ruim.
O complicado disso é que nem todos são de ferro, é normal. As pessoas vão ao cinema ver filmes que elas sabem que não são verdadeiramente bons com o intuito de dar um break na vida, fazer uma pausa, um descanso. E quando elas saem da sala de exibição, ou quando o filme acaba em casa mesmo e a luz da sala é acesa, quando elas estão digerindo esse momento de fantasia, lá vou eu destruir os sonhos delas e trazê-las de volta à realidade.
No ciclo de cinema e debate da faculdade eu até ganhei o apelido de hater...
Bom, to escrevendo tudo isso por causa de um fato que é novidade pra mim. Hoje estava vendo um filme com uma amiga (Quase Famosos, 2000) e a julgar pela maneira como comecei o texto você talvez já esteja prevendo minha opinião sobre ele.
Mas o problema dessa vez é que eu não só não gostei. Eu dei rage quit do rolê.
Depois de muita enrolação de plot e vai e vem na estória, eu pedi pra pausar o filme e perguntei se ainda faltava muito pra acabar. Foi aí que eu descobri que já tinham ido duas horas de filme e ainda faltavam 40 minutos.
O filme tem fucking 2h40min! POR QUE, PORRA?!
Eu já vi filmes ruins, mas nunca achei nenhum filme tão ruim que não pudesse esperá-lo acabar. E imediatamente eu comecei a me sentir mal por não ter aguentado terminar. Não por respeito ao filme, mas por respeito à minha amiga que me convidou pra ver o filme.
Aí, pro meu azar, eu olhei no relógio e descobri que era quase uma da manhã. MEUDEUS! Como assim eu perdi tanto tempo da minha vida vendo um filme que não me acrescentou NADA depois de duas horas?! E ainda faltava quase um terço do filme pra acabar.
Bom, agora escrevendo sobre, eu fico na dúvida se eu sou chato ou se o filme é realmente ruim. vou procurar críticas sobre o filme depois, pra poder entender se eu não percebi alguma coisa ou se o filme é ruim mesmo.
Mas por hora vou tentando equilibrar as coisas, nem ser tão chato, nem ser tão receptivo...

quarta-feira, 22 de abril de 2015

Ansiedade contemporânea

Há algum tempo, coisa de um ano eu fiz um comentário alheio com amigos reparando no fato de que as pessoas vinham comemorando e aguardando lançamentos mais esperados. Num sinal claro da ansiedade contemporânea, em que as coisas têm de ser consumidas logo que lançam pois se tornam velhas e obsoletas MUITO rápido.
Ok, bem observado.
Agora (não me surpreendo), reparo que as pessoas estão comemorando coisas que serão lançadas. No caso de equipamentos eletrônicos, consome-se logo a geração atual buscando saber o que a próxima vai ter de interessante para que o ciclo se repita. Para vídeogames ainda não reparei uma tendência nova, apenas a antiga de comemorar o lançamento e jogar tão logo quanto possível.
O anseio que de fato me preocupa é o da indústria cinematográfica. Empresas têm anunciado filmes pros próximos anos. Por exemplo a Marvel e a DC anunciaram seus filmes até 2020, e a Disney anunciou as publicações de longas até 2017.
A reação do público?
Comemorar de pé e vibrando como se os filmes já estivessem produzidos e fossem estrear mês que vem.
Gente, calma... Que adianta saber que tal filme tem estréia prevista pra 2016? Mal começamos o segundo trimestre de 2015...
E 2016 ainda é um previsão próxima, me preocupo com a sanidade de gente comemorando filmes pra 2020...
Me sinto a única pessoa capaz de perceber que isso é só marketing que parece ocultar medidas do governo (leia-se pão e circo). Empresas não dão nada sem ter um objetivo muito claro pra si próprias.
Isso por sinal me lembra que recentemente """vazou""" o trailer de Batman vs Superman. Digo """vazou""" porque, canso de dizer e vou repetir eternamente, nada vaza. Absolutamente NADA.
O trailer em questão vazou num dia e no dia seguinte o produtor/diretor do filme "por força maior" acabou lançando o trailer oficialmente.
Ah, faça-me o favor... ¬¬ O trailer vazou legendado em português ¬¬
Bom, mas pra concluir a coisa da ansiedade contemporânea e tal:
Parece que a sociedade atual vive tão rápido que não consegue curtir o vácuo entre um grande lançamento e outro, o público precisa SEMPRE de um estímulo, uma razão para esperar o tempo passar, e um tempo que é cada vez mais distante.
Última nota sobre o assunto, pelo menos por hora; os lançamentos anunciados são só reboots, continuações de sagas já conhecidas e mais do mesmo. O que me deixa até mais preocupado, porque as pessoas têm se revelado ansiosas com coisas que são completamente previsíveis e descartáveis. É... Tá cada vez mais difícil querer viver nessa sociedade :/

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Em dois dados momentos da minha vida eu me deparei com a sensação de ser traído por amigos que eu confiava. Por mais que eu tente, não é mais a mesma coisa. Me tornei frio. Me distanciei.
Passei a temer o contato com essas pessoas que poderiam trair minha confiança. As evito porque tenho meus amigos que são como irmãos e que eu sei que posso confiar. Esses eu sei que não me trairiam.
O problema é que esses amigos estão muito longe de mim. Por mais próximos que sejamos espiritualmente, não posso contar com eles agora onde estou.
Então eu deveria ser capaz de encontrar novas pessoas que sejam tão interessantes. Mas e aí? Quem?
Acho que eu fiquei velho pra esse tipo de rolê de conhecer gente nova. Falo de velhice espiritual. Não me vejo no meio desse povo que se encontra nos lugares e começa a puxar assunto com as pessoas aleatórias do lado. Eu gosto de sair com os meus amigos e estar com eles.
Até posso conhecer gente nova, mas é um acaso raro. Um em um milhão. Como se essas pessoas que conheço realmente estivessem destinadas a me conhecer.
Talvez eu queira que o meu caminho cruze com os caminhos das pessoas que serão interessantes pra mim, sem ter que me desgastar com gente aleatória que não vai aprofundar laços. Ou que vai me trair depois.
Você talvez esteja se perguntando o que seria traição nesse caso... Eu penso que uma amizade traída é quanto um amigo de alguém descobre ou percebe algo importante pra esse alguém e não conta a quem interessa.
Como se essa pessoa carregasse uma informação preciosa, capaz de mudar os rumos da vida de alguém e não contasse isso pra esse alguém.
Será que estou sendo exagerado? Só sei que foi assim que eu senti.
Mas de tudo isso que escrevi o importante é que eu quero ter amigos. Eu só não quero investir tempo e dedicação numa amizade que pode me deixar na mão quando for importante pra mim.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

Comentários (51)

Eu não tinha definido um post pra hoje, então eu vou deixar aqui duas matérias que li e apontam uma coisa que eu já vinha concluindo por mim mesmo. Comentários no fim:

http://psibr.com.br/noticias/ex-coordenador-do-dsm-sobre-a-biblia-da-psiquiatria-transformamos-problemas-cotidianos-em-transtornos-mentais

http://portugalmundial.com/2014/01/pai-do-transtorno-de-deficit-de-atencao-declara-se-mentiroso/

Eu fui diagnosticado com TDAH, mas não tive noção certa do que isso significava, eu tinha só 11 anos na época.
Agora na fase adulta, ou final da adolescência, uqe me dei conta de que eu não sou distraído. Eu só não presto atenção naquilo que não me interessa. Isso não é sinônimo de hiperatividade, é só ausência de falso interesse.
Tive contato com duas pessoas que reconheço como hiperativas, é distinta a forma dessas pessoas de agir e raciocinar se comparadas com as outras pessoas.
Essas foram coisas que comecei a pensar sobre a tão falada hiperatividade.
Mas como é notável no Facebook, outros transtornos psicológicos também tiveram a sua moda. A Bipolaridade e a Depressão são as mais comuns.
Virou moda entre os jovens, principalmente os mais carentes de atenção alheia, se dizer depressivo e bipolar. E eu não creio que seja só delírio juvenil.
Na minha opinião esses transtornos são/foram moda porque havia primeiro uma banalização do real problema e segundo uma demonstração de cuidado especial para quem tivesse esses problemas.

Sendo bem sincero, eu não vou conseguir elaborar esse argumento agora por motivo de cansaço. Mas é um tema que quero muito escrever. É uma coisa que quero muito poder dividir com as pessoas porque creio que seja libertador. Penso que a indústria farmacêutica têm-se tornado cada vez mais um agente anestésico da sociedade. Vejo amigxs que tomam remédios por motivo x ou y sem de fato precisarem disso. como se fosse apenas um ponto de apoio, como o cigarro e o álcool mesmo.
JURO, vou escrever sobre isso :X

domingo, 5 de abril de 2015

Acabo de voltar do mercadinho. Na frente do lugar, uma senhora me para, eu pergunto o que foi, com toda essa minha cara gentil pra caralho (ironia, pra quem não pegou :P). Ela diz, praticamente cochichando constrangida, que está com leucemia e qualquer coisa que não deu bem pra entender sobre os filhos e terminou pedindo um pacote de arroz e feijão.
Constrangimento por mentir, ou constrangimento pela situação?
Quem mente não pede comida. Pelo sim, pelo não. Disse que ajudaria com o arroz. Entrei no mercado com um peso nas costas. Eu não cozinho então comprei pão, cup noodles, bolo... e o arroz que a senhora havia pedido. Quando ensacolaram minhas coisas, deixei uma sacola só para o arroz. O que pensariam se vissem aquela senhora carregando a embalagem sem sacola nenhuma? Possivelmente fruto de algum furto? Engraçado como essas coisas se passaram rapidamente pela minha cabeça.
Do lado de fora, quando entreguei o arroz ela disse "que deus lhe abençoe". Eu não disse nada, só caminhei pra casa pensando em que "se houvesse mesmo algum bom deus abençoando as pessoas, ninguém precisaria pedir comida para estranhos".

Denis Barboza