segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Oi (102)

vivi os últimos dez dias como um fantasma
todo o tempo que passei em casa me senti uma assombração
vagando pelos cômodos, procurando algo pra me ocupar
nenhuma ideia me anima, nenhuma companhia me atrai
nada me completa
até escrever esses versos é um esforço tremendo
passei dez dias olhando a vida passar
sentindo o vento passar pela minha janela me fazendo lembrar que o mundo não para e eu tenho que me adequar
passei esse tempo espreitando nas sombras
me alimentando de solidão

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Esse texto foi postado originalmente na rede social do Zuckerberg, porque eu acreditei que tivesse um alcance maior. Segue na íntegra:


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Eu não sou de me posicionar no facebook, mas dessa vez eu não vou poder deixar passar...
Mas primeiro, pra eu não ficar repetindo ou resumindo o texto alheio, lê esse texto aqui embaixo:


Agora que você leu o texto do Leo Prestes, eu posso acrescentar uma coisa ou duas

Faz um tempo que eu deixei de compartilhar coisas que eu acho ruins. Quando parei, foi por algum caso absurdo de violência que teria acontecido e que li alguém comentando o quanto era autodestrutivo nós ficarmos replicando essas coisas.

Quando se tem um caso de violência de grande proporção, a mídia mainstream fará questão de reportar isso vezes suficientes pra que 90% das pessoas saibam sobre o que aconteceu (às vezes, exaustivamente e a cada meia hora. Não é mesmo, Buzzfeed?). Então não existe necessidade de eu (individuo) compartilhar esse caso se eu não tiver nenhum comentário construtivo a ser feito sobre.

Quando o assunto em questão é o posicionamento escroto de algum personagem político igualmente escroto, se todos sabemos que o fulano é um escroto, o que a gente ganha compartilhando a imagem dele, o entupindo de xingamentos, se não mais ódio?

Por essas eu parei de compartilhar o político escroto machista falando machistices. Eu não quero gerar mais ódio, eu quero que as pessoas que apoiam esse bosta entendam porque ele é um bosta, e isso vem através de comentários construtivos.

Quem tiver algo a falar sobre o Trump, pense um minuto se o que você tem a falar acrescenta alguma coisa ao tema (não pro mundo, no seu círculo social mesmo). Faça igual quando for com algum outro indivíduo que tenha feito alguma escrotidão

Esses caras já têm espaço suficiente na mídia, pelas merdas que eles falam.

Trazendo o assunto pra uma realidade mais palpável, nas próximas eleições, corremos um risco grande de eleger um escroto muito conhecido por todos, odiado pela maioria e que não sai da boca do povo porque sabe atrair atenção pra si. Foi basicamente assim que Trump ganhou nos EUA.

Vamos ressaltar políticos que façam coisas interessantes, vamos difundir os nomes dessas pessoas, pra que nas próximas eleições a gente tenha menos possibilidades de ser pego de surpresa

segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Slaughterhouse - KillSonik ♪


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Uma musiquinha de halloween pra vocês :)

Oi (101)

queria anotar algumas coisas meio triviais sobre os últimos dias:

  • descobri que prints podem servir pra guardar momentos que aconteceram no mundo virtual, tanto pra rir depois como pra lembrar e refletir. no fim das contas, o print é muito mais parecido com a fotografia do que eu havia imaginado ou valorizado até então.
  • venho descobrindo formas de amor muito complexas e muito interessantes. queria escrever mais sobre, mas sempre me saboto e "nhe", acabo mão escrevendo.
  • o tempo vem se tornando um referencial cada vez mais mundano e, na minha busca por deus, acabo me afastando desse tipo de noção. o que é meio ruim...
  • tenho desvendado mais a profundeza do meu oceano particular, até tenho me arriscado a navegar por novas águas interpessoais. acho prazeroso, mas perigoso, mas prazeroso, e assim por diante.

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Eu queria escrever qualquer merda sobre o quão doente essa sociedade é
Pessoas claramente doentes e alienadas querem olhar pra mim e me taxar de doente
Fico pensando se querem que eu seja doente como eles para não se sentirem sozinhos
Ou se querem me taxar de doente para eles próprios se sentirem melhores

Eu sei que pessoas doentes não se reconhecem doentes, ou demoram muito pra aceitar isso
Mas não consigo entender como eu, completamente capaz de mim mesmo, posso ser doente
Entendo que eu tenha meus momentos extremos, mas querem usar isso pra me convencer
Querem olhar pra mim, enquanto estou perfeitamente bem e me fazer questionar se estou bem

E de tanto tentarem, vão acabar me convencendo disso.
Vou acabar me tornando mais um robozinho remediado contra doenças que não existem
Mais uma pessoinha sem nada na cabeça, incapaz de lidar com a vida escrota que leva
Um viciado, drogado, criado por esse sistema escroto pra render dinheiro no bolso de alguém

Quero essa vida pra mim
Ganhar dinheiro apontando na cara das pessoas e abaixando a alto estima delas
Ganhando pra mim o dinheiro que elas podiam investir em um hobby, em uma viagem, em um jantar
Convencendo elas de que elas precisam coisas que elas não precisam

Aí vou fundar o Associação Das Pessoas Doentes e ganhar mais dinheiro
Vou cobrar pra se filiarem e darei como retorno alguma coisa genérica que faça elas acharem que vale a pena
Como um clube, só que exclusivo para pessoas doentes
Como todos são doentes, não faria diferença nenhuma além de eu estar rico

Viver é o castigo dos que nasceram
lembro quando eu era mais novo, sempre me questionava se não era eu quem estava certo, enquanto os adultos estavam errados e tentando me convencer que o errado era eu
parece que eu sou mudo
e as pessoas são cegas
aí eu me sinto a única pessoa com alguma razão
enquanto todo mundo tenta me convencer do contrário
minha mãe está se tornando minha avó em seus aspectos ruins
eventualmente, eu me tornarei minha mãe nos mesmos aspectos

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Eu moro no centro, meio que num dos caminhos entre o centro e uma das periferias da cidade. É comum passar por aqui um cara sempre muito noiado e sozinho. Gesticula, fala alto, faz que tá armado, diz que vai matar fulano. Se você prestar atenção, vai se ligar que ele "está" assaltando alguém ou uma loja. Na cabeça dele, ele é O ladrão. Faz e acontece, toca o terror, mata sem dó. Lobo solitário, parece que busca vingança contra um sistema que claramente o negligenciou.

A gente tem esse hábito, né? De ignorar a loucura alheia. Quando para pra ouvir os outros, a gente se surpreende.

sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Oi (100)

Oi
Queria dizer que estou bem, obrigado
Tomei um café, daqueles potentes meus, então imagina a ansiedade
Mas o bom é que é uma ansiedade que anseia fazer algo
Então eu to no caminho de produzir e correr atrás
Faculdade? Pff, quem dera...
Mas nesse micromomento, quase madrugada de sábado, eu me permito
Obrigado e boa noite

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Vejo uma tempestade ao longe, no oceano
Outras coisas passam por mim, mas só tenho olhos para a tempestade
Tenho a ilusão de que sou capaz de fazê-la parar
Mas eu não sou
E não sei lidar com isso

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

às vezes, tudo que eu queria era destruir tudo ao meu redor
queria ter a força necessária pra destruir qualquer coisa que aparecesse diante de mim
queria destruir, explodir, desintegrar

às vezes, eu sinto que sou uma maça energética potencial
tem potência dentro de mim, energia alimentada pelo ódio e pela tristeza e fica contida em mim
essa energia precisa desesperadamente fluir pra algum lugar

nesses momentos, eu sinto que posso explodir
não sou uma bomba relógio, sou mais como um corpo extremamente denso e instável
sou emoções demais contidas num corpo tão pequeno

sábado, 17 de setembro de 2016

Oi (99)

Só pra registrar um acontecimento com energias mais positivas que a última vez que postei:
Estava voltando do rolê pra casa, e perto de uma esquina percebi que uma jovem senhora negra se aproximava ao meu encontro, com a expressão de que iria me parar.
Antes de ela me abordar eu vi que ela carregava uma cesta e conforme me aproximei, vi que era uma cesta de trufas.
Ser abordado na rua em Pelotas é uma coisa que sempre me deixa muito desconfiado (porque se tem uma coisa que aprendi nessa cidade, é que não dá pra abaixar a guarda com facilidade). Mas ela vinha na minha direção tão decidida e os nossos olhares já haviam se trocado há uns bons dez metros de distância, o que reduz um tanto a possibilidade de um assalto.
Ela me parou e falou alguma coisa que eu não entendi. Deduzi que ela estivesse me oferecendo trufas.
Olhei para a cesta e em cima das trufas havia um papelzinho com alguns preços. R$2,50 era o mais baixo listado e eu deduzi que fosse o valor da unidade.
Pus a mão no bolso descrente e descobri que eu tinha R$5, que eu tinha colocado no bolso no dia anterior, sem a menor perspectiva de gastá-lo. Era só o dinheiro do ladrão, caso fosse necessário.
Por que não?
Mostrei o dinheiro sem saber exatamente o que eu faria e ela me perguntou "troco pra cinco?"
Respondi: Não. Eu quero duas!
Dei o dinheiro e escolhi duas trufas. Uma de cereja e uma de morango.
Essa senhora abriu um sorriso lindo. Me agradeceu e me puxou para um beijo no rosto.
Eu fiquei sem reação e muito sem jeito, mas retribui o gesto.
Agradeci, desejei tudo de bom, boas vendas e me fui. Quase podia ouvir a felicidade daquela senhora enquanto nos afastávamos, mesmo ela estando em silêncio.
O que sei dessa senhora é que ela tinha uma cesta de trufas, parecia ligeiramente alcoolizada e cheirava a cigarro.
Eu não sei o background dela. Não sei a sua origem, a sua história, os problemas que ela tem de enfrentar. Provavelmente não a verei de novo.
O que sei é que, de alguma forma, alegrei o dia daquela senhora. E ela alegrou o meu também.


sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Oi (98)

Se você me segue no Twitter, você deve saber que tem uns meses que eu to na bosta.
E eu to muito puto enquanto escrevo, então provavelmente tudo vá soar dez vezes pior do que deve ser.
Se bem que foda-se, né? Porque na verdade tudo é sempre menos pior do que a gente sente.
É assim que os adultos fazem a gente perceber que o universo não se importa com o nosso sofrimento e que é melhor a gente sofrer quieto.
Engraçado, né? Eu ainda falo "os adultos" como se eu fosse super pré-adolescente e tivesse todo um percurso antes de chegar na fase adulta...
Deve ser porque eu nunca aceitei a vida adulta e fico sofrendo com os problemas advindos disso.
Na verdade, se tivessem me explicado o que era ser adulto e me dado a escolha de nunca me tornar um, acho que eu não estaria aqui escrevendo esse lixo.
O embaçado de ter que amadurecer é que não me deram a escolha. Simplesmente é minha obrigação...
Talvez o maior erro dos meus pais tenha sido me dar a possibilidade de escolher,  ao invés de simplesmente me obrigar a fazer o que eles achassem que era melhor. Desse jeito, eu cresceria seguindo ordens e perfeitamente quadrado pra esse mundo bosta que é o nosso.
Seria só mais uma engrenagem da bosta do sistema, sim. Mas que que adianta não querer ser uma engrenagem e ter que ser mesmo assim?
É, pai e mãe. Me perdoem, mas eu sou um fracasso.
Sou um punhado de fracassos e doenças mentais acumulados num corpo ocupando espaço e gastando recursos naturais e financeiros.

domingo, 14 de agosto de 2016

bandas mortas

Uma banda é como um casamento. É um grupo de pessoas que precisa de sintonia e entrosamento para poder produzir música. Aquela DR no ensaio afeta a performance do grupo, por exemplo, e o diálogo entre os membros é essencial pra que a banda se mantenha forte. Eventualmente, alguns membros percebem que não podem mais trabalhar juntos, ou que seus projetos pessoais estão a frente da banda, causando rompimentos. Também a própria dificuldade financeira pode afetar o rendimento do grupo, e ele se desfaz. Algumas bandas se desfazem e seus integrantes mantêm contato, continuam amigos, enquanto outras rompem e seus integrantes preferem nunca mais se encarar nos olhos.

Exemplos não faltam, mas só pra citar alguns:

  • A Lovehatehero se desfez e seus integrantes continuam grandes amigos. O motivo foi que os integrantes tinham objetivos profissionais distintos. Alguns continuaram trabalhando com música, outros mudaram de carreira.
  • A Fresno mudou de formação várias vezes. Seu único membro original é o frontman da banda.
  • A Escape The Fate teve problemas com o vocalista original da banda (Ronie Radke), que também era o frontman. Chutaram ele e arrumaram outro vocalista (Craig Mabbitt), o que mudou radicalmente o estilo da banda. Por outro lado, o antigo vocalista formou uma banda nova (Falling In Reverse), cujo primeiro álbum era quase exclusivamente sobre ter sido abandonado pelos próprios amigos do grupo anterior.
  • A Asking Alexandria trocou de vocalista, por divergências entre os frontmen. Ben Bruce (guitarrista) queria continuar com o metalcore, que era o som original da banda, enquanto Dan Worsnop (ex-vocalista) trazia cada vez mais tendências do glam metal para o grupo. A solução foi se separarem para ambos poderem seguir seus projetos.
  • A Suicide Silence perdeu o seu vocalista e frontman (Mitch Lucker) num acidente de moto. O substituíram por um outro vocalista que atende ao mesmo estilo que Mitch dava ao grupo, embora se note algumas mudanças.


Bom, mas nesse texto eu queria falar sobre bandas mortas.

Eu estou chamando de "bandas mortas" as bandas que acabaram, por qualquer motivo que seja. O trabalho de uma banda é resultado da sincronia e cumplicidade das pessoas que formam a banda. Você pode não gostar de uma banda, achar o som ruim, mas independente disso o trabalho do grupo se deve ao entrosamento de seus membros. Pense numa banda como um álbum de fotos de tudo de bom que um casamento passou. Mesmo que o casamento acabe, as fotos ficam. São o resultado do trabalho e dedicação que aquelas pessoas tiveram umas com as outras.

O que me deixa triste de descobrir bandas mortas é saber que por algum motivo o grupo se desfez e aquela harmonia que tinham juntos se perdeu. O que me deixa feliz é que muitas vezes descubro sons que gosto e consigo sentir a afinidade de seus integrantes para produzir aquele trabalho. Sempre escuto essas bandas com um gosto de quem olha pra um momento muito bom do passado, dividido pela tristeza de saber que esse tempo não volta e pela felicidade de testemunhar o resultado de uma união tão boa.
Todos os dias, eu rezo ao Caos
Peço a ele por um milagre

RolêCast #1 (ainda por escrito)

[01:27, 6/7/2016] Chu:
- Debate u.u Nossa, vou ter que parar o trabalho =.= Mas debate...

[01:28, 6/7/2016] Drunga:
- Tema?

[01:28, 6/7/2016] Chu:
- It's kinda leite... Voto por problematização, e vocês?

[01:28, 6/7/2016] Drunga:
- Pode ser.

[01:29, 6/7/2016] Chala:
- Problematizar a problematização, e ainda tem gente que diz que não se faz filosofia fora da academia, pff... Isso aqui é metafilosofia pura.

[01:30, 6/7/2016] Nicolas:
- Em química, tudo com meta é desidratado. Meta anfetamina, por exemplo

[01:31, 6/7/2016] Chu:
- Meudeus! Nicolas = ciência inútil.

[01:31, 6/7/2016] Chala:
- É a filosofia feita no deserto...

[01:31, 6/7/2016] Drunga:
- HAHSHAHSHAHA Nossa, chala...

[01:31, 6/7/2016] Chu:
- Nossa senhora .-.

[01:31, 6/7/2016] Drunga:
- Chu, começa o debate vai HAIUHSIui

[01:31, 6/7/2016] Nicolas:
- Espera eu fazer um miojo?

[01:31, 6/7/2016] Chu:
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAaaa! Porra, véi uashuahsasuh

[01:32, 6/7/2016] Nicolas:
- To zuando hahaha

[01:32, 6/7/2016] Chu:
- Vou botar ordem nessa espelunca!

[01:32, 6/7/2016] Chala:
- Adoro quando você usa essas palavras xD

[01:33, 6/7/2016] Nicolas:
- O Chu leva as coisas a sério demais, precisa de mais James Baxter na vida dele.

[01:33, 6/7/2016] Chala:
- husaHuAshuaa Jaaaames Baxter!

[01:33, 6/7/2016] Chu:
- É que se eu não levo a sério, eu não faço :( Who's James Baxter? Me soa familiar :T

[01:34, 6/7/2016] Nicolas:
- Hora de Aventura,  um cavalo em cima de uma bola.

[01:34, 6/7/2016] Chu:
- Ah, podepá aushuashuashasuhusa
Ok, vai: de início, eu achei que problematização ia ser difícil de problematizar, porque eu pensei que a gente não ia conseguir se estender muito. Aí nos últimos dias eu fiquei pensando sobre o tema e encontrei algumas dúvidas que eu queria por na roda, depois de ouvir a Drunga explicar o que é problematizar. porque como homem "branco", hétero, cis, classe média, eu não me sinto muito no direito de questionar a problematização alheia...

[01:36, 6/7/2016] Drunga:
- A Drunga é o dicionário do debate, no caso eu mesma.

[01:37, 6/7/2016] Chu:
- "A Drunga é o dicionário do debate", justamente. Então, dicionarize-nos!

[01:38, 6/7/2016] Nicolas:
- Amei essa palavra.

[01:38, 6/7/2016] Chu:
- Foda, né?

[01:39, 6/7/2016] Drunga:
- Não sei explicar o que é porque pra mim é meio óbvio, fui no tio gugou.
Problematizar: 1) é desprender-se criando uma distância crítica que nos permita não ser mais engolidos nem escravizados pelo que produzimos. 2) Ato de criar um determinado problema, situação.
...
Achei uma melhor: Atribuir natureza ou caráter de problema a: problematizar um assunto banal.
Fazer com que fique problemático; tornar complicado; complicar: vive problematizando a vida com péssimos relacionamentos. Fazer questionamentos ou colocar dúvidas; questionar: problematizar um ponto.

[01:40, 6/7/2016] Chala:
- Uma sugestão: o que é um problema?

[01:41, 6/7/2016] Nicolas:
- Logo existem dois pontos de problematizar, pelo que eu entendi...
A: você cria o problema em algo que supostamente não tinha.
B: analisar de modo mais critico algo que tem um problema que pode passar despercebido para certo grupo de pessoas (héteros ou brancos, por exemplo).

[01:42, 6/7/2016] Chu:
- Ponto importante esse, Nicolas. eu tava querendo falar isso, mas não tava achando as palavras uhasuhas e acho que esse ponto bate na questão que o Chala tinha levantado. Alguém consegue responder a pergunta do Chala? ou o próprio Chala quer elaborar?
Aliás, eu complementaria a pergunta do Chala com: é um problema para quem?

[01:45, 6/7/2016] Nicolas:
- O problema em si é algo difícil de falar o que é.

[01:47, 6/7/2016] Drunga:
- Problema pra mim é quando algo me perturba, me incomoda e me faz mal de alguma maneira,
e algo que é problema pra mim pode não ser pra vocês, por exemplo: sair de short curto.

[01:47, 6/7/2016] Chu:
- Esse debate vai ser truncado uahsuahs
Aham, e também tem coisas que podem se tornar problemas, né? Eu hoje me incomodo com pontos machistas, e antes passava despercebido.

[01:49, 6/7/2016] Nicolas:
- Até xingamentos capacitistas se tornaram um problema pra mim.

[01:48, 6/7/2016] Chala:
- A colocação do Nicolas me faz pensar: quando "criamos" (ou expomos) um problema, é problema no sentido teórico ou prático?
No sentido teórico, penso numa questão que a princípio se apresenta como insolucionável. Prático, eu penso na concepção que a Drunga expôs: algo que perturba/incomoda.

[01:48, 6/7/2016] Chu:
- Qual é o sentido teórico?

[01:49, 6/7/2016] Drunga:
- Um problema teórico seria tipo dividir 0 por 0?

[01:49, 6/7/2016] Chala:
- Exemplo de problema teórico: o ser humano é livre?
- Exemplo de problema prático: não consigo sair na rua com roupa x sem receber ofensas.

[01:50, 6/7/2016] Chu:
- [Falando do problema teórico] Tem uma infinidade de respostas cabíveis aí, segundo uma infinidade de teorias, e a gente pode discutir isso até ano que vem.

[01:50, 6/7/2016] Chala:
- É só um exemplo pra contrastar com o problema pratico.

[01:50, 6/7/2016] Drunga:
- (Perceba a diferença de uma pessoa de humanas pra uma de exatas)

[01:51, 6/7/2016] Nicolas:
- Caralho, eu não pensei que ia ter algo pra falar sobre isso e estamos falando tudo isso só pra entender o que é problema, pra aí sim falar da problematização...

[01:51, 6/7/2016] Chu:
- Né?

[01:51, 6/7/2016] Drunga:
- Nicolas, você achou que não tinha o que falar sobre nudes também ahuishaisa

[01:51, 6/7/2016] Chu:
- O problema do assunto não é não ter o que falar, é que é profundo demais...
Ah, queria colocar mais uma coisa. Duas, na verdade... Não posso deixar de pensar que o problema varie de acordo com a situação e com as pessoas. Então, tudo pode ser problematizado porque tudo tem potencial de incomodar alguém em algum nível, e isso me faz pensar que as coisas que incomodam talvez não fossem tão incômodas se não fizessem parte de uma estrutura sistemática...
Acho que cheguei numa utopia uashuahs
Vou supor um absurdo, que foi o que veio na cabeça:
Uma sociedade onde seja de boas fazer piada de preto ladrão, mas onde ninguém de fato se importa com a cor de pele de ninguém. E a utopia disso tá no fato de que se ninguém se importa, a piada "preto ladrão" imediatamente desaparece. e voltamos a onde eu comecei: tudo pode ser problematizado por alguém em algum momento. Aí, tenho uma dúvida (mais uma): toda problematização é válida?

[01:56, 6/7/2016] Nicolas:
- Mas problematizar é: apontar um problema que passou despercebido ou inventar um problema?

[01:57, 6/7/2016] Chu:
- Acho que não dá pra inventar um problema do nada oõ

[01:57, 6/7/2016] Drunga:
- Eu faço parte de um grupo no Facebook que uma vez surgiu um tópico: ''as piores problematizações que vc já viu''. Teve gente comentando até que criar gato era apropriação cultural (sim eu fui no post do grupo ver isso pq tem cada coisa que eu to ?!?!?!?!).
Problematizar é apontar um problema em uma situação x.

[01:57, 6/7/2016] Nicolas:
- Drunga acabou de dar um exemplo hahaha

[01:57, 6/7/2016] Drunga:
- Mais um do post ''gente dizendo que gostar de frio é eurocentrismo''

[01:58, 6/7/2016] Chu:
- É, então, eu pensei aqui: a galera que não se sente representada num governo democrático e quer uma ditadura tá problematizando uma situação que incomoda eles.

[01:58, 6/7/2016] Nicolas:
- Problematizar virou um verbete de mimimi, e não de debate...

[01:58, 6/7/2016] Drunga:
- Problematizaram colocar nome de comida em animal de estimação. Falaram que feijoada vegana era apropriação cultural...
Tá, parei...

[01:58, 6/7/2016] Chu:
- aushuash Drunga está trazendo problemas pro debate uashuas
Esse vai ser o debate das perguntas...

[01:59, 6/7/2016] Drunga:
- Estou dando exemplos de problematizadores descontrolados.

[01:59, 6/7/2016] Chu:
- Tá difícil achar respostas uashaush

[02:00, 6/7/2016] Drunga:
- Respondendo o Chu ali em cima: Não acho que toda problematização seja válida. Esses exemplos que eu dei ali não são válidos.

[02:01, 6/7/2016] Chu:
- Certo, concordo. Mas não dá pra dizer que não existe um valor moral na nossa não validação dessas problematizações. Agora, valor moral é uma coisa muito complicada...

[02:04, 6/7/2016] Drunga:
- Não vamos entrar em valor moral D:
...
''O amigo de uma menina disse que o snapchat que deixava o povo com cara de tomate era problemático, porque muita gente não tem o que comer e se sentiria ofendido. HAHAHA''
GENTE HIUASHAIUSA

[02:05, 6/7/2016] Chala:
- Parece que avançamos no seguinte (me corrijam se estiver errado): problematizar envolve necessariamente contestar um costume.

[02:05, 6/7/2016] Chu:
- Isso, Chala

[02:05, 6/7/2016] Drunga:
- Sim, chala

[02:05, 6/7/2016] Nicolas:
- SIM!

[02:05, 6/7/2016] Chu:
- lol, consenso enfim aushuahs

[02:06, 6/7/2016] Chala:
- htaahuash

[02:06, 6/7/2016] Nicolas:
- Problematizar então é: expor um ponto, para gerar reflexão, sendo esse ponto válido ou não. Levando a validez do ponto em consideração ao valor moral de quem está sendo exposto à problematização.

[02:07, 6/7/2016] Drunga:
- Isso, Nicolas

[02:07, 6/7/2016] Chu:
- Válido ou não = problematizar é um exercício independente do julgamento moral.
MEUDEUS, vamos enlouquecer

[02:08, 6/7/2016] Nicolas:
- Hahahaha

[02:08, 6/7/2016] Chala:
- Independe do julgamento moral?

[02:08, 6/7/2016] Nicolas:
- Sim.

[02:09, 6/7/2016] Chala:
- Acredito que envolva tomar partido ideológico e, eventualmente, propor uma moral.

[02:09, 6/7/2016] Chu:
- Quis dizer: problematizar é uma ação, apenas. O problema levantado é que vai exigir julgamento moral.

[02:09, 6/7/2016] Nicolas:
- Seu julgamento moral conta na sua opinião sobre a problematização.

[02:09, 6/7/2016] Chu:
- Isso Nicolas.

[02:09, 6/7/2016] Nicolas:
- Existem dois pontos aí chu. Tem a pessoa que problematiza ( a qual acredito o Chala estar falando), e a pessoa que interpreta (a que o chu está falando).

[02:10, 6/7/2016] Chu:
- Pootz, sim :X

[02:10, 6/7/2016] Chala:
- Por exemplo, marxistas problematizaram a crença de que a desigualdade era causada pela natureza ou por algum agente sobrenatural.

[02:10, 6/7/2016] Drunga:
- Nossa...

[02:11, 6/7/2016] Chala:
- Isso implicou em taxar de imoral aqueles que detinham meios de produção e eram causadores reais da desigualdade.

[02:11, 6/7/2016] Chu:
- Aham.

 [02:11, 6/7/2016] Nicolas:
- Problematizar é o ato de expor um ponto, o julgamento moral dos participantes do debate é independente.

[02:12, 6/7/2016] Chu:
- Mas para problematizar, é necessário um julgamento moral. moral>problematização>moral...

[02:12, 6/7/2016] Nicolas:
- Sim, mas o ato de fazê-lo não.

[02:12, 6/7/2016] Chu:
- Aham. Ó, já concluímos duas coisas...

[02:13, 6/7/2016] Chala:
- O ato de problematizar não implica tomar uma determinada perspectiva moral? Não entendi como funcionaria.

[02:13, 6/7/2016] Drunga:
- O ato de problematizar precisa sim de um julgamento moral, senão não faz sentido.

[02:14, 6/7/2016] Chu:
- Vocês tem razão .-.

[02:14, 6/7/2016] Drunga:
- ''Ah to problematizando aqui de boas porque to com fome'' seria tipo isso? E não porque a moral da pessoa acusou aquilo de estar errado?

 [02:14, 6/7/2016] Chala:
- A menos que problematizar seja apenas levantar a questão e suspender crenças antes tidas como certas.

[02:15, 6/7/2016] Chu:
- Mas não tem como levantar a questão sem moral...

[02:15, 6/7/2016] Nicolas:
- Mas o que quis dizer, é que o tipo de moral da pessoa não interfere em problematizar, Se ela é de esquerda ou direita, saca?

[02:15, 6/7/2016] Chala:
- Daí de fato parece independer de uma moral.

[02:15, 6/7/2016] Chu:
- Mas é a moral que vai fazer levantar a questão.

[02:15, 6/7/2016] Chala:
- Aaah, isso sim. Um fascista pode problematizar.

[02:15, 6/7/2016] Nicolas:
- Sim.

[02:15, 6/7/2016] Drunga:
- Gente, você só problematiza uma coisa que pra você ta errado e com a intenção de mudar o ponto de vista de outras pessoas.

[02:15, 6/7/2016] Chu:
- Aham.

[02:15, 6/7/2016] Nicolas:
- Não necessariamente errado. Bolsonaro problematiza o fato de não vivermos em ditadura, e o fato de não poder torturar. Isso que queria dizer...

[02:16, 6/7/2016] Chala:
- Talvez problematizar não implique em concluir nada. Mas tão somente suspender nossas crenças sobre determinado assunto, antes tidas como óbvias.

[02:16, 6/7/2016] Chu:
- Isso!

[02:16, 6/7/2016] Drunga:
- Tá, uma coisa que você concorda, que pra você é moralmente errado.

[02:16, 6/7/2016] Nicolas:
- Sim.
Problematizar é se opor a algo em argumentos, num meio social que aquilo é tido como absoluto. Sendo isso explícito ou não...

[02:17, 6/7/2016] Drunga:
- Nicolas a gente ta falando a mesma coisa.

[02:17, 6/7/2016] Chala:
- Ou pelo menos dominante.

[02:18, 6/7/2016] Nicolas:
- Eu to tentando fazer miniconclusões pra eu entender melhor hahaha

[02:18, 6/7/2016] Drunga:
- Ah, sim ahsha

 [02:18, 6/7/2016] Chala:
- Mas será que implica mesmo tomar uma posição? Talvez a tomada de posição venha depois.

[02:18, 6/7/2016] Chu:
- A tomada de posição seria o julgamento moral. Ou uma das formas de julgamento moral.

[02:18, 6/7/2016] Nicolas:
- Meudeus, quero debates em mesas de bar.

[02:18, 6/7/2016] Chu:
- Em mesa de bar não dá pra gravar :(

[02:19, 6/7/2016] Chala:
- Talvez problematizar seja levantar a possibilidade de uma crença dominante ser falsa... Mas sem tomá-la como imediatamente falsa. Eventualmente no fim da problematização, a crença dominante pode se fortalecer.

[02:19, 6/7/2016] Chu:
- Sim sim. Mas a dominância da crença ainda depende do meio.

[02:19, 6/7/2016] Nicolas:
- Crença dominante em X meio.

 [02:20, 6/7/2016] Nicolas:
- A problematização é jogar água em um vulcão, ou um fósforo no balde de água.

[02:20, 6/7/2016] Chu:
- Explica melhor, Nicolas .-.

[02:21, 6/7/2016] Nicolas:
- É uma fagulha opositora a um meio dominante.

[02:21, 6/7/2016] Chala:
- Não sei se implica oposição... pode significar uma temporária neutralidade (pelo menos na intenção).

[02:21, 6/7/2016] Drunga:
- Nossa eu tava entendendo, aí o Nicolas veio com o balde de água...

[02:21, 6/7/2016] Nicolas:
- Verdade...

[02:21, 6/7/2016] Chu:
- aushashu

[02:21, 6/7/2016] Nicolas:
- Hahahaha

[02:21, 6/7/2016] Chu:
- "Temporária neutralidade"... Bom nome de música.

[02:21, 6/7/2016] Chala:
- husahuas

[02:22, 6/7/2016] Nicolas:
- Parece um filme sobre corrupção.

[02:22, 6/7/2016] Chu:
- Eu quase consigo ouvir os nossos cérebros pensando.  Eu to há vinte minutos tentando formular uma pergunta e não acho as palavras...
Falando de sistema, só dá pra problematizar uma estrutura de poder quando vc tem algum poder de voz nessa estrutura.

[02:23, 6/7/2016] Nicolas:
- Por mim, acredito já ter acabado haahaha

[02:24, 6/7/2016] Drunga:
- Eu não to entendendo onde essa discussão ta indo...

[02:24, 6/7/2016] Chu:
- Também não, Drunga .-.

[02:24, 6/7/2016] Nicolas:
- [Respondendo Chu] Sim e não.

[02:24, 6/7/2016] Chu:
- Por que, Nicolas? Ah, não, desculpa! Me expressei mal.

[02:24, 6/7/2016] Nicolas:
- Tu pode problematizar algo em contexto nacional numa mesa de bar.

[02:25, 6/7/2016] Drunga:
- Aliás, você deve problematizar algo de contexto nacional no bar hauihsuai

[02:24, 6/7/2016] Chu:
- Aham, aham!
Eu quis dizer fazer a sua problematização ser ouvida. Por exemplo: a Internet permitiu que muita gente tivesse acesso a problematizações e estudasse questões e se empoderasse, mas também permite que gente ociosa problematize coisas idiotas.

[02:25, 6/7/2016] Nicolas:
- Tu precisa veicular sua problematização. Quando não chega às outras pessoas isso tem um nome também: RESMUNGO.

[02:26, 6/7/2016] Chu:
- Então, a minha questão é que a ditadura se faz em cima disso. Você inviabiliza que as pessoas veiculem suas problematizações.

[02:26, 6/7/2016] Nicolas:
- Ah, sim.

[02:27, 6/7/2016] Chu:
- Gente, eu to sinceramente com a cabeça doendo .-.

[02:27, 6/7/2016] Drunga:
- Gente, eu to sinceramente com a cabeça desligando .-.
Sério mesmo, eu não to entendendo onde esse tema tá indo hauishuia

[02:28, 6/7/2016] Chu:
- Eu acho que a gente podia encerrar :/
Mas ó, a gente dissecou o tema. foi interessante, mas foi meio inútil aushuash
A gente ficou correndo em círculos haha
Mentira, não foi inútil, a gente abriu várias dúvidas.

[02:29, 6/7/2016] Chala:
- Teve mais filosofia que minhas aulas.

[02:29, 6/7/2016] Chu:
- E são coisas que vão mudar o meu modo de encarar problematizações e julgá-las moralmente.
ISSO É FILOSOFIA, PORRA!

[02:29, 6/7/2016] Nicolas:
- Sim, rodamos em círculos, mas conhecemos mais o caminho a cada volta.

[02:29, 6/7/2016] Chu:
- Filosofia se faz com os miges no whatsapp, mané academia.

[02:30, 6/7/2016] Drunga:
- Que profundo esse fechamento.

[02:30, 6/7/2016] Chu:
- Profundidade é nosso nome do meio.

[02:30, 6/7/2016] Drunga:
- Queria deixar vcs com esse texto que eu não li mas é sobre isso (e eu precisava salvar em algum lugar pra ler depois).

[ http://www.uel.br/grupo-estudo/geeep/pages/sintese-das-discussoes/a-metodologia-da-problematizacao-e-suas-etapas.php ]

[02:31, 6/7/2016] Chu:
- Queria recomendar a leitura desse livro que eu não li, mas vocês vão curtir, tá?

[02:31, 6/7/2016] Drunga:
- Gente é metodologia de problematização HUIASHIUHSUIA

[02:31, 6/7/2016] Chu:
- Quero mais desses debates.

[02:33, 6/7/2016] Chalaça:
- Foi muito massa :D

[02:31, 6/7/2016] Chu:
- Só não digo pra fazer agora porque a cabeça tá girando e tenho que terminar o trabalho u.u
Próximo tema: relacionamentos.

[02:33, 6/7/2016] Drunga:
- Isso! e depois legalização de drogas

[02:33, 6/7/2016] Chu:
- Nó! Só assunto suave.

quinta-feira, 21 de julho de 2016

Entre ansiedade e depressão, descobri na música a minha válvula de escape
Como um escapismo mesmo. Ela me tira daquilo que está me matando
Tem coisas que eu sinto que eu não consigo escrever sobre
Queria conseguir descrever o que vejo e o que sinto, mas não dá
Quando estou assim, não consigo organizar as palavras de um jeito que faça sentido
Então queria desenhar, pra poder por essas coisas pra fora
Mas se não consigo escrever, imagine desenhar

Fico com a impressão de que vou me afogar no meio de tantos pensamentos

Muita coisa acontecendo ao meu redor, muitos pensamentos ecoando

Cobranças, deveres, exigências, dúvidas, angústias, medos
Minha cabeça gira e eu fico tonto
Me concentro pra não perder a noção da realidade
Ainda estou sentado, meus pés ainda estão no chão
Luto pra me manter à superfície do que está acontecendo ao meu redor
Não posso deixar submergir, não posso deixar que me esmague
Em momentos como esse eu não sei se o meu corpo treme de frio ou de ansiedade
O que sei dizer disso é que meu corpo dói e eu não tenho ímpeto de fazer nada
Tenho uma lista de coisas a fazer e sei que preciso fazê-las, mas simplesmente não consigo
Não quero dormir, tenho coisas pra fazer
Tenho tantas coisas pra fazer que não consigo me concentrar, sinto sono
Dormir é uma tentativa de parar o tempo

sábado, 2 de julho de 2016

RolêCast #0 (por escrito, olha que loucura)

Um dia eu estava conversando no Whatsapp com a Drunga sobre uma experiência que tive com troca de nudes. Em nossa conversa, tocamos em alguns pontos profundos e bem interessantes sobre nude, um tema que parece superficial, mas na verdade se liga a questões sociais e políticas.
Ela contou dessa conversa que tivemos com o Nicolas, e ele se empolgou querendo debater com a gente sobre. A Drunga criou um grupo no Whatsapp na mesma hora com nós três e mais um quarto amigo, o Chala.
A princípio, a ideia era conversarmos, debatermos juntos como um amadurecimento pessoal. Quando demos o "debate" por encerrado, tendo esgotado os conhecimentos que tínhamos acerca do assunto, eu dei uma revisada no texto e pensei: "isso dá um podcast, fácil". Falei com as pessoas e todos gostaram da ideia. Sendo assim, trago o primeiro podcast escrito da minha vida, QUIÇÁ DA INTERNET(!!)
[Exatamente como acontece com um podcast, essa conversa passou por uma revisão e edição. Seria injusto eu fingir que não. Então não se admirem se algum carimbo de data e hora estiver deslocado da sua posição original; isso foi feito para deixar o texto mais fluido :) ]
Demorou um pouco, mas tá aí :D


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[00:30, 12/5/2016] Chu: 
- O que rolou foi: a Drunga disse que não curtia nudes. Aí eu falei um pouco da experiência que eu tive trocando nudes e o que a troca me fez pensar sobre as pessoas e pãns. Então (como eu tinha dito pra ela): trocar nude é uma maneira de trocar intimidade com outra pessoa. Por isso um amigo meu diz que é quase como fazer sexo. Você dá algo pra pessoa e ela te dá algo de volta.

[00:31, 12/5/2016] Nicolas:
- Eu não sabia em toda essa profundidade do papo do nude.

[00:31, 12/5/2016] Chu:
- Acho que quando a gente imagina nude a gente pensa em foto de gente pelada.

[00:31, 12/5/2016] Drunga:
- Ainda não chegou na profundidade, Nicolas.

[00:31, 12/5/2016] Nicolas:
- Trocar Intimidade vulgo trocar... "saliências".

[00:32, 12/5/2016] Chu:
- Que é super impessoal, e a Drunga defendeu esse ponto falando comigo. Tipo, eu posso ver gente pelada, só abrir uma aba aqui do lado e procurar no google. Mas o nude tem uma coisa de xaveco, trocar ideia, conversar. Até que em algum momento as duas pessoas fiquem a vontade e troquem essa intimidade. Por isso parece um sex.

[00:32, 12/5/2016] Drunga:
- Defendi? não lembro...

[00:33, 12/5/2016] Chala:
- Hm

[00:33, 12/5/2016] Chu:
- Aí, também tem a questão política, que a Drunga apontou primeiro, que é que tem muita menina que usa o nude como empoderamento.

[00:33, 12/5/2016] Drunga:
- Ah é, lembrei!

[00:34, 12/5/2016] Chu:
- Não vou falar de empoderamento feminino porque cabe à menina do grupo. Vou só incluir que o empoderamento também se liga à uma relação social do nude/selfie, porque o nude é um tipo de selfie, e a selfie, além de ser um "movimento" tosco de auto afirmação, também pode ser uma ação política, um atestado da própria existência ou do próprio estado naquele momento. Como se ela atestasse: Eu vivi esse momento e estive nesse lugar.

[00:35, 12/5/2016] Drunga:
- Sobre empoderamento: tirar nudes é um jeito das minas se aceitarem, aceitarem seu corpo.

[00:35, 12/5/2016] Nicolas:
- Gente, sério eu amo vocês hahaha

[00:35, 12/5/2016] Chu:
- Foi por aí que eu falei nos áudios. Agora eu acho que falei demais uashuashau Queria ouvir/ler vocês lol

[00:36, 12/5/2016] Nicolas:
- Então, sobre a questão de nude como forma de trocar saliências.

[00:37, 12/5/2016] Chu:
- (se desse, eu ia pedir pra Drunga desenvolver o lance do empoderamento)

[00:37, 12/5/2016] Drunga:
- Saliências não, intimidade.

[00:37, 12/5/2016] Chu:
- Isso. Intimidade, saliências envolve contato físico.

[00:38, 12/5/2016] Nicolas:
- Pera, Drunga desenvolve a fita do empoderamento. Antes de eu falar, porque meio que pode repetir coisa.

[00:39, 12/5/2016] Drunga:
- Calma, vou copiar um texto. É que não to achando hiuahsiua Tá, foda-se o texto. Se empoderar é se libertar das amarras machistas, é se tornar independente dessas coisa assim. E cada mina passa por isso de um jeito. Estudando, escrevendo sobre, tirando foto de si pra se admirar e aceitar seu corpo, pra ver que as diferenças é que são legais. Tá difícil tentar explicar um negocio que pra mim é obvio D:

[00:43, 12/5/2016] Chu:
- Você tá indo bem.

[00:44, 12/5/2016] Nicolas:
- Tá mesmo.

[00:44, 12/5/2016] Drunga:
- Mas não sei como concluir.

[00:44, 12/5/2016] Chu:
- Queria tirar uma dúvida... (acho que vc concluiu, na real .-. )

[00:44, 12/5/2016] Drunga:
- (ai, que bom porque travei aqui)

[00:44, 12/5/2016] Chu:
- Dúvida: empoderamento é exclusivo em questão de gênero? Eu não posso falar de empoderamento negro, por exemplo?

[00:44, 12/5/2016] Chala:
- (entre parênteses eu imagino a gente falando baixinho)

[00:45, 12/5/2016] Chu:
- (sussurros)

[00:45, 12/5/2016] Drunga:
- Pode.

[00:45, 12/5/2016] Chu:
- Beleza :D Dúvida sanada auhsuahs

[00:45, 12/5/2016] Drunga:
- Mas não pode falar tipo "empoderamento pobre", ta ligado? hsiuahiua

[00:45, 12/5/2016] Chu:
- Por que? D:

[00:45, 12/5/2016] Drunga:
- Empoderamento LGBT pode também. Ou não, acho que não.

[00:46, 12/5/2016] Chu:
- Os que não, pq não?

[00:46, 12/5/2016] Drunga:
- Porque ai envolve outra política.

[00:46, 12/5/2016] Chu:
- Não vou insistir pra não acabar num off topic gigante, mas podemos debater isso também num futuro próximo auhsauhs Voltando aos nudes, Drunga, quer acrescentar algo mais?

[00:47, 12/5/2016] Drunga:
- "Empoderamento ou empowerment, em inglês, significa uma ação coletiva desenvolvida pelos indivíduos quando participam de espaços privilegiados de decisões, de consciência social dos direitos sociais. O empoderamento possibilita a aquisição da emancipação individual e também da consciência coletiva necessária para a superação da dependência social e dominação política. O empoderamento devolve poder e dignidade a quem desejar o estatuto de cidadania, e principalmente a liberdade de decidir e controlar seu próprio destino com responsabilidade e respeito ao outro."

[00:48, 12/5/2016] Chu:
- Ok, bem completo :T Mas fica para a próxima discussão ;D auhsaushau

[00:48, 12/5/2016] Drunga:
- Dicionário :v hiuahsiua

[00:48, 12/5/2016] Chu:
- uahsuahasuhas Algo mais?

[00:49, 12/5/2016] Drunga:
- Sobre empoderamento não. Quero ouvir as opiniões do Chala e do Nicolas sobre nudes.

[00:50, 12/5/2016] Chu:
- Nudes, sim, por favor. Mais opiniões.

[00:50, 12/5/2016] Nicolas:
- Isso pode demorar.

[00:50, 12/5/2016] Chu:
- Vai escrevendo. Eu to procrastinando trabalho mesmo.

[00:50, 12/5/2016] Nicolas:
- Sobre o que falei pra Drunga, já...

[00:50, 12/5/2016] Drunga:
- Fala de novo, jovem haishuia

[00:51, 12/5/2016] Nicolas:
- Como ela tinha me dado detalhes como o Cauê, e perguntou de forma mais pessoal. Eu respondi como eu penso em relação ao assunto.

[00:51, 12/5/2016] Chu:
- [~~o Cauê~~]

[00:52, 12/5/2016] Drunga:
- [~~o Cauê~~], Fiquei um tempinho aqui, ''quem é Cauê...?''

[00:52, 12/5/2016] Nicolas:
- Como eu penso em relação a mim no ato. Eu não mando nudes por motivos de não gostar do meu corpo pra me sentir apto a isso, porém não ligo de receber, mas não é algo que me excita sexualmente no momento, mas acho legal o fato da pessoa confiar em mim a esse ponto e demonstrar afeto e interesse em relações mais íntimas.

 [00:56, 12/5/2016] Chu:
- Algo mais Nicolas?

[00:57, 12/5/2016] Nicolas:
Me perdi no assunto, se tentar retornar vou me embananar.

[00:57, 12/5/2016] Chala:
- Por enquanto eu assino embaixo no comentário do Nicolas haha

[00:57, 12/5/2016] Nicolas:
- Ahh, sim, voltando: Porém em relação de pessoas, assim terceiros mandando nudes entre si, eu aceito o fato de acharem isso um ato sexual, aceito não é a palavra certa, mas acho que dá pra entender. E também o fato que isso pode ser pra eles também um ato de empoderamento, e acho isso bacana [Fim]

[01:01, 12/5/2016] Chu:
- Hum, entendi o "aceito" uashuas Chala? Ou Nicolas, se quiser falar algo mais...

 [01:03, 12/5/2016] Nicolas: Poderia usar:
- Respeito/sou de boa [para o aceito]

[01:07, 12/5/2016] Chala:
- Acho uma parada super válida, mais um meio pra trocar intimidades e conhecer pessoas... minha única experiência de receber um nude foi ok, mas nada assim super "meu deus, amo isso, quero sempre", e se serve como um meio pra que a aceitação do próprio corpo ocorra, o que acho também absolutamente verídico, melhor ainda!

[01:07, 12/5/2016] Chu:
- Hum, tem isso também.

[01:07, 12/5/2016] Nicolas:
- Eu estou na mesma que o Chala.

[01:08, 12/5/2016] Chu:
- Eu troquei nudes, né, e foi tipo "beleza, legal", que na real é um pouco o feeling de transar casualmente. Quando fiquei com a crush x (que não pode ser nomeada,  doravante chamada Voldemort) foi bem gostoso, mas ao mesmo tempo tinha um gostinho de "ah, coisas que acontecem".

[01:08, 12/5/2016] Drunga:
- Eu sou completamente indiferente sobre receber nudes. Vou ver como uma foto qualquer e fim.

[01:09, 12/5/2016] Chu:
Drunga, isso pode ter a ver com a maneira como você se relaciona com o objeto foto, entende?

[01:09, 12/5/2016] Drunga:
- Sim...  mas, meu, é uma foto (vou generalizar falando só de nude feminino pq nude masculino é bem bosta).

[01:10, 12/5/2016] Chu:
- Mas é um corpo :T entende?  Tipo,  vamos supor: eu to andando na rua e uma mina aparece do nada sem camisa nem sutiã--

[01:10, 12/5/2016] Nicolas:
- A Drunga é bem fria hahaha

[01:10, 12/5/2016] Drunga:
- Mas é uma foto. Porque erotizar peitos e bunda?

[01:11, 12/5/2016] Nicolas:
- A palavra erotizar é bem difícil de ser interpretada ai...

[01:12, 12/5/2016] Chu:
- Sim.

[01:12, 12/5/2016] Nicolas:
- Sim, Chu. O que é erotizar em si? Se erotizar é algo que excita--

[01:12, 12/5/2016] Chu:
- Pera, posso defender meu ponto uahsuash

[01:13, 12/5/2016] Drunga:
- Não é frieza, gente. Eu só não vejo como ''oh, meu deus, peitos'' porque são só peitos. Todo mundo tem. Alguns são maiores que outros. Fim. Deal with it.

[01:14, 12/5/2016] Chu:
- Me dá um minuto pra pegar duas imagens.
http://www.tribunauniao.com.br/news/seios.jpg
http://msalx.veja.abril.com.br/2014/08/08/2250/pe6Cx/seio620-original.jpeg?1402459138
- Ó, olhem as duas imagens. A primeira é uma foto "descritiva" de seios (descritiva entre aspas porque eu não sei se essa categorização existe como eu to usando aqui). Enfim, a primeira foto mostra seios. "Seios, foda-se". A segunda não mostra seios, e ela pode ser entendida como sensual por causa de: posição dos braços (uma mão que cobre o mamilo, instigando o observador a querer ver mais), um certo ar de mistério, num corpo que está de costas quando o objeto de interesse está na frente...

[01:19, 12/5/2016] Chala:
- (estamos prestes a entrar numa questão difícil)

[01:19, 12/5/2016] Drunga:
- (estamos prestes a entrar numa questão BEM dificil)

[01:19, 12/5/2016] Chu:
- Então, calma, deixa eu terminar. Isso é leitura corporal.

[01:20, 12/5/2016] Chala:
- (sim, foi só um adendo)

[01:20, 12/5/2016] Chu:
- Não to dizendo que ela vem do nada, só to dizendo que é leitura corporal. Diz-se que só pode apreender a arte quem sabe olhar a arte. Em suma, quem sabe ler o objeto de arte.
A Drunga é fria? Não. Eu diria que ela é "insensível" à leitura da imagem do corpo. Insensível no sentido puro, de não se sensibilizar.

[01:21, 12/5/2016] Nicolas:
- Concordo, Chu.

[01:22, 12/5/2016] Chala:
- (acredito que ela dirá o porque)

[01:22, 12/5/2016] Chu:
- De onde vem a tendência de erotizar seios e bunda? Eu arrisco dizer que vem da origem selvagem do ser humano, e apenas isso. Porque eu não acho que o problema seja erotizar seios e bunda.

[01:23, 12/5/2016] Drunga:
- Ai, gente, naturalismo é lindo, aceitem que corpos são só corpos e vocês serão muito mais livres e felizes.

[01:23, 12/5/2016] Chu:
- Eu acho que o problema é que seios e bunda são erotizados a todo momento, em todo lugar, sem haver nenhuma necessidade disso. Mas, Drunga, corpos são só corpos, de fato. Só que expressam uma linguagem.

[01:23, 12/5/2016] Nicolas:
- Assim, erotizar é o ato de "sentir-se erotizado/sentir tesão", ou erotizar é você impor sua erotização do corpo do terceiro?

[01:24, 12/5/2016] Chu:
- Eu diria que os dois, Nicolas. Pera, deixei meu ponto claro? Sobre erotização...

[01:24, 12/5/2016] Nicolas:
- Por isso é meio difícil usar essa palavra.

[01:25, 12/5/2016] Chu:
- Eu tenho um exemplo se quiserem

[01:25, 12/5/2016] Chala:
- Exato, corpos são o que são, mas atribuímos a eles um significado... Como quando assumimos que pisar na foto de alguém é apenas pisar num papel, mas representa algo mais.

[01:25, 12/5/2016] Drunga:
- Exatamente, Chala.

[01:25, 12/5/2016] Chu:
- Eu acho que esse exemplo do Chala não funfou :S

[01:26, 12/5/2016] Nicolas:
Mas eu me sinto excitado com peitos e bundas, em situações adequadas, mas não erotizo qualquer peito e bunda.

[01:26, 12/5/2016] Drunga:
- Funcionou perfeitamente, Chu.

[01:26, 12/5/2016] Chu:
- Ou talvez tenha funfado...

[01:26, 12/5/2016] Chala:
- Foi pra exemplificar nossa capacidade simbólica.

[01:26, 12/5/2016] Chu:
- Uhum.

[01:26, 12/5/2016] Nicolas:
- Acho que o Chala explicou bem.

[01:26, 12/5/2016] Chu:
- Mas eu me sinto excitado com peitos e bundas, em situações adequadas, mas não erotizo qualquer peito e bunda. Como o Nicolas disse.

[01:27, 12/5/2016] Drunga:
- Então, mas concorda que peitos e bundas são hiper sexualizados?

[01:27, 12/5/2016] Chu:
- Ah, sim, com certeza.

[01:27, 12/5/2016] Chala:
- Eu não acho que essas partes do corpo nos excitem por motivos puramente naturais.

[01:27, 12/5/2016] Drunga:
- Eu já nem lembro como a gente chegou aqui pra eu concluir.

[01:28, 12/5/2016] Nicolas:
- Mas pra mim a excitação por isso vem mais do sentido sentimental do que do físico/natural, enfim. Ixe, disse o mesmo que o Chala...

[01:28, 12/5/2016] Drunga:
http://www.lado-m.com/a-erotizacao-dos-seios/

[01:28, 12/5/2016] Chu:
- Antes de pedir pro Nicolas desenvolver, posso dar meu exemplo, acho que ele esclarece algo .-.

[01:29, 12/5/2016] Chala:
- Diga lá. (abrindo texto da Drunga)

[01:29, 12/5/2016] Chu:
- Meu exemplo, de jeito rápido: (eu to defendendo a erotização, mas não concordo com hiper erotização, inclusive, acho ridículo.)

[01:30, 12/5/2016] Drunga:
- CALMA: "Para se dissociar do peito materno (mole e caído), o peito feminino é ressexualizado e erotizado (duro e firme). Além de sexualizado, ele é também mercantilizado, através de processos como as redefinições de tamanho, desenho e forma. A erotização dos seios femininos tem lugar para apenas um tipo de seio.
Ele deixa então de representar a fonte da vida para representar a fonte de prazer, cabendo à mulher o papel de simples servidora. Primeiro, ela serve ao filho. Depois, ao homem."

[01:30, 12/5/2016] Chu:
- Sim, Drunga, precisamente... Hm, queria perguntar, Drunga. Você não gosta de erotização de nenhum tipo?

[01:32, 12/5/2016] Drunga:
- "Para reverter a erotização dos seios é necessária a renaturalização do corpo feminino e a sua dissociação do pecado. É preciso devolver o corpo da mulher para ela. É preciso entender que ele não é objeto para a satisfação sexual masculina." <3 font="">
Sei lá, Chu, acho que nunca parei pra pensar nisso.

[01:33, 12/5/2016] Chu:
- Posso dar meu ponto, então?  meu exemplo, no caso uahsuash Eu fiz uma matéria na faculdade: Desenho de Figura Humana. a gente desenhava pessoas, que estavam ali ao vivo, nuas, normalmente alunos do teatro e: suave. porque o corpo é um corpo.

[01:33, 12/5/2016] Nicolas:
- Que maneiro. Eu acho que me sentiria envergonhado.

[01:34, 12/5/2016] Chu:
- Um dia, foi uma menina pra posar, e numa pose x lá, do ângulo que eu estava-- Calma, travei, me dá uns segundos...

[01:34, 12/5/2016] Drunga:
- Nossa deve ser muito legal isso de posar pra desenho :o

[01:35, 12/5/2016] Chu:
- Sim, eu me ofereci, mas nunca me chamaram :( Então, do ângulo que eu estava, eu teria condições de fazer um desenho sensual dela, ou fazer uma foto se fosse o caso. Porque a leitura do corpo dela permitia essa possibilidade. porém--

[01:36, 12/5/2016] Nicolas:
- Eu entendo que corpo é corpo, e aceito, mas nudez costuma me envergonhar, mas acho que é algo mais que como não aceito meu corpo, me sinto """""oprimido""""""

[01:36, 12/5/2016] Chu:
- Desconstrói isso ficando pelado,  fácil. Então, a leitura do corpo dela permitia essa interpretação "erótica", que eu ignorei óbvio, porque eu estava em aula e muito distante de uma situação erótica. Se estivéssemos eu e ela, trocando olhares, conversas, xavecos, num quarto e pã, seria erótico.
Erótico não é só uma questão da imagem pura e simples. como na primeira foto que eu coloquei aqui, que não tem nada de erótica. Agora, aquela primeira foto, tem um monte de omi babão sem noção nenhuma de respeito e nem de que uma mulher é uma pessoa, erotizando ela. Sou contra essa erotização forçada que impõem à mulher, não contra o erótico em si. O erótico existe, faz parte da linguagem do nosso corpo, o que não pode, é forçar ele pra fora dessa naturalidade.

[01:39, 12/5/2016] Nicolas: 
- "Erótico não é só uma questão da imagem pura e simples." Concordo com o Chu. Repressão pira que rola sobre corpo da mulher é algo que não entra na minha cabeça.

[01:45, 12/5/2016] Chala:
- Concordo, o erótico é um expressão dessa nossa capacidade simbólica e, num contexto específico, um gesto ou uma parte do corpo pode suscitar ideias excitantes... mas o contexto é mutável, pode ser algo bacana e gostoso, mas também nocivo.

[01:41, 12/5/2016] Chu:
- "É preciso entender que ele não é objeto para a satisfação sexual masculina." Não é, mas pode ser usado como, se a dona dos seios em questão quiser :)

[01:41, 12/5/2016] Drunga:
- Ou o dono!** (ai gente que conversa amorzinho <3 span="">

[01:41, 12/5/2016] Chu:
- "Repressão pira que rola sobre corpo da mulher é algo que não entra na minha cabeça." Totalmente! Você são uns lindos. Vou ficar salvando as conversas daqui aushaush "Ou o dono" bem lembrado!

[01:43, 12/5/2016] Nicolas:
- Ou o dono, sim. Essas questões sobre trans e identidade de gênero ainda me confundem muito, se eu disse merda por favor me corrijam.

[01:44, 12/5/2016] Drunga:
- Corrijo, nicolas (:

[01:44, 12/5/2016] Chu:
- Acho que não falou nada, não :T pelo menos não ainda uahsuahs

[01:45, 12/5/2016] Nicolas:
- Eu não sabia que traveco era subjetivo cara, pra tu ter uma noção.

[01:45, 12/5/2016] Drunga:
- Pejorativo, ele quis dizer!

[01:46, 12/5/2016] Nicolas:
- SIM! Nossa viajei aqui hahaha

[01:46, 12/5/2016] Chu:
- auhaus

[01:47, 12/5/2016] Chu:
- Eu acho que a gente conseguiu debater o assunto .-. Tipo, eu não conseguiria ir a partir daqui. Vocês tem noção, que a gente fez um podcast escrito?

[01:49, 12/5/2016] Drunga:
- NOOOOOOOOOOOSSA!

[01:49, 12/5/2016] Chu:
- Inclusive, acho que devíamos fazer mais uashuashasu

[01:49, 12/5/2016] Nicolas:
- A gente devia fazer um. Quem quiser discutir outro tópico coloca de nome do grupo, aí todo mundo já sabe o que se trata.

[01:50, 12/5/2016] Chala:
- Boa ideia!

[01:50, 12/5/2016] Chu:
- Pootz, eu queria salvar a conversa,  mas não vai rolar. vou ter que selecionar ela toda e copiar uahsuahsusa

[01:51, 12/5/2016] Nicolas:
- Por que?

[01:51, 12/5/2016] Chu:
- Vou postar no meu blog uahsuash