sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

ainda que não chova hoje
estou preso aqui pela enxurrada
com os trovões reverberando
a tempestade vem e vai
fica o silêncio da ressaca

o céu aberto me olha com pesar
não é o único
também, o vulto no canto do quarto me olha
eu desvio o olhar com medo
pois sei o que ele veio me cobrar

a janela ao meu lado convida
iludido e desesperado, eu vou
ando sem olhar para trás nem hesitar
não chove, embora a tempestade me siga
minha companheira de todos os momentos

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