quarta-feira, 14 de maio de 2014

vida diária de alguém que conta nos dedos os seus amigos e pode desabafar com eles

Tenho seis ou sete amigos
Não importa
Quando preciso sair pra me distrair posso contar com eles
Quando quero me divertir posso contar com eles
Quando quero apenas moscar em algum lugar diferente posso procurá-los
Sempre tenho alguém com quem estar
Sempre tenho alguém que vai se perguntar se eu estou bem
E a tristeza?
Ela vem
Ela vai
A felicidade?
Também
Nunca tenho um sorriso em vão
Se sorrio é porque achei verdadeiramente bom
Se fico com a expressão fechada é porque estou triste ou com raiva
Sou sincero comigo e com o mundo que me cerca
Não tenho mural de fotos
Não tenho boas lembranças estampadas na minha linha de visão
Elas não serão suficientes pra levar a tristeza embora
Não que eu queira levar a tristeza
Ela é tão minha amiga quanto a felicidade
Posso escrever crônicas e mais crônicas sobre a minha vida
Posso escrever um livro sobre mim
Eu tenho muitas histórias pra contar
Às vezes tenho vontade de fugir
Às vezes fujo
Mas nunca me perco
Busco ficar atento pra entender a tristeza e aproveitá-la enquanto fator que me constrói
Não adianta dormir quando ela vem
Não conseguiria de qualquer forma
Não que eu queira
Sou sóbrio sobre minhas emoções
Sóbrio de uma maneira que me entorpece em tristeza e felicidade
Aproveito as duas como posso
A depressão me atingiria com facilidade
Mas tenho meus amigos
São minha última esperança pra desabafar
Eles não podem resolver, mas pelo menos podem me ouvir
E quando a depressão vier eu posso contar comigo mesmo

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