sexta-feira, 9 de abril de 2010

Talking About My Generation

Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola

Geração Coca Cola - Legião Urbana

Quanto custa crescer? Quanto custa entrar na faculdade? Quanto custa ser diferente? Quanto custa estar nesse mundo? Quanto custa tudo isso e mais um pouco?

Hoje eu acordei e resolvi vir aqui escrever, coloquei Legião Urbana (pra variar) e o Renato começou a falar comigo, entre Tempo Perdido e Geração Coca Cola, fiquei pensando em tudo que acontece com a nossa geração.

Não sou socióloga, psicóloga e nem nenhuma oga de nome, no final de cinco anos serei uma professora de ensino fundamental e médio e quer saber? Que merda de salas eu terei que aturar.

Somos da geração da super proteção, super valorização da infância (por parte dos pais) e adolescência precoce (por parte das crianças). Não, não devemos voltar ao tempo da palmatória, mas ter que ouvir o pai de unzinho qualquer brigando comigo porque coloquei o filhinho dele pra fora é uma vergonha sem tamanho.

E sabe, isso super reflete no que a nossa geração é e o que a próxima irá se tornar.
Somos alienados, achamos jornal chato e história inútil, nosso mundinho são os mangás e jogos online, malhação é nosso exemplo de "jovens saudáveis" e não tem problema se eu não fizer nada na escola o ano inteiro, aquele "#@&*(&¨%#@$%" daquele diretor não pode nos repetir quando já tivemos a formatura do terceiro.
Nosso parâmetro de crime hediondo é o que aconteceu com o "anjinho" Isabela Nardoni e aqueles monstros, o pai e a madrasta dela, mereciam pena de morte.
Profissão pra ganhar dinheiro? Prestem concurso amiguinhos, funcionário público trabalha pouco, ganha bem e ainda consegue tirar uma propina básica se tudo der certo.

Me dói saber que lá nos anos 80 Renato Russo já preveu o que iria acontecer com nós, já sabia que a geração coca cola iria crescer cada vez mais, que seríamos criados na frente da tv, que nossa vida seria piadinhas toscas de friends enquanto nossa pança aumenta cada dia mais, já que nem temos capacidade de levantar e pegar nosso próprio refrigerante (mamãe tá lá pra isso, né?)

É, eu sei que a minha visão está meio pessimista, mas prometo que a partir de agora melhora, ok?
Como eu disse, também escutei Tempo Perdido para escrever esse post e é tão engraçado que enquanto uma música tem uma visão tão pessimista, a outra nos traz ânimo novo, cheiro de coisa boa.

Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...

Tempo Perdido - Legião Urbana

Não temos mais o ontem pra fazer diferença e talvez hoje já seja tarde, mas temos todos os amanhãs possíveis. Digam o que disserem da vida ser curta e o escambau, pra mim ela é longa o suficiente pra eu fazer o que sempre quis e o que eu acho que é necessário.

Tenho uma professora que diz que nós não mudaremos o mundo através dos nossos futuros alunos e eu discordo tanto disso. Quem estudou no Interação (acredito que grande parte dos leitores desse blog) teve aula com o Mané e quer saber? Ele me mudou, muitas vezes saí da aula me sentindo um lixo, outras me sentindo bem, outras sentindo vontade de ter mais aulas, mas sempre saí da aula querendo mudanças, querendo ver as coisas ocorrerem de uma forma diferente.
E eu espero, de coração, que daqui há 5 ou 6 anos eu possa fazer o mesmo com os meus alunos que hoje ainda são crianças na pré escola.

Cabe a nós ser a mudança que o mundo precisa, cabe a nós acabar com a dominação da Geração Coca Cola e eu não acho que seja tão difícil conseguir isso. Porque eu sei, que apesar de tudo, a nossa geração tem uma pequena parcela que pode fazer com que as coisas estejam certas. Confio em nós mesmos apesar de ás vezes isso ser bem difícil.





Ah é, esqueci de me apresentar.
Prazer, Ariadne, estudante do primeiro ano de letras da UNESP, futura professora e alguém que acredita que possa fazer a diferença.

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