quarta-feira, 17 de agosto de 2022

o problema não é o escuro
é a solidão entre 4 paredes

acordo com fome
mas não quero levantar
não parece haver motivos

aprendi com a minha solidão
que ninguém escolhe ficar só

não se obriga os outros a estar junto

cada um sabe de si
e de suas relações

mas ficar só [quase] nunca é uma escolha
as pessoas podem lidar melhor ou pior
podem aceitar sua condição
ou enlouquecer completamente

sentimento de desajuste
descompasso
um trombone que interrompe a orquestra entrando na hora errada

todos os seres vivos da Terra
morrem sozinhos

desajuste/rejeição

eu preferia que ela tivesse morrido
preferia vc ter morrido
ou morreria eu mesme
que despedir assim
ensaiando despretensiosamente uma cena
realizar um acontecimento

singularidade/happening

a solidão absoluta e esmagadora

autopresença

fenomenologia de si

violência. morte
transformação

ter um prazer na queda livre

existir em outro tempo

da impossibilidade de ser
não-contemplade
sozinhe em público
sempre
né?

e se tudo que acontece fizer sentido?

eu queria ser o fantasma
esse é o b.o. dsjkdjk

por uma morte espetacular
uma cena a ser lembrada

o terrorista suicida

o psicopata e a esquizofrênica

que hora melhor que agora?

acolher-se e caminhar

erro induzido
"vc fez algo errado
eu pedi pra morrer mas acordei"

que dia incrível :)

eu queria sumir de leve

quero morrer da falta que vc faz

afogar no silêncio da minha mente

vc não poderia mesmo me salvar[?]
seria injusto pedir isso[?]

na sua partida me despeço
a sombra que me acompanha, abraço
me entrego
a definhar
por dentro e por fora
de volta ao pó

assimilação universal

- saída de emergência
- única parada obrigatória

tempo
contagem regressiva
entropia
o fim de todas as coisas
transformação/déjà vu

viva, a cada banho de chuva

pêndulo

um lugar de trevas

vinho-paixão
dedicatória pro fim

a gente nunca tá sozinhe

"solteire mas nunca sozinhe
pq as vozes não me deixam em paz"

"só fica solteire quem não segura um par"

"hoje eu vou sair pra ver o Sol
vou me perder entre as estrelas"

saí pra ver o que acontecia
ver se o ar livre me liberta
se os chacras se realinham

dias feios
lugares idem
cidade cinza
cercada de um mar choroso
triste e melancólico

sob o céu nublado
o Sol se põe pálido
pinta o branco com camadas de cinza
uma sobre a outra
dissolvendo a luz na escuridão oceânica

suspenso no escuro congelante
não posso respirar
mas abro os olhos

o sufocamento conta uma história
"essas são as cicatrizes
de tudo que eu passei
pela última vez"

luzes cintilam por onde olho
como vagalumes
pequenas orbes de luz à toda volta
meu peito arde com a água salgada

morri

de novo

antes de fazer sentido

singular-único
experiência irrepetível
totalidade concreta
o todo da experiência

revolução lúdica for fuck's sake

agora eu só queria morrer

uma biblioteca
no fundo do oceano

ferido por dentro
um pássaro que só canta
enquanto morre

...

hoje é um dia daqueles...

ela não tá errada
é só que eu não to bem

ela faz falta
e preenche a falta que eu faço
sentando em outra p ca

- eu queria fazer algo assim
- eu queria que fosse comigo

queria morrer da falta de vc
afogar no vazio
arder em chamas

num grito agudo de agonia

virar cinzas

"o telhado está caindo
as paredes cedendo"

segura aqui
assim
chupa meu saco
esfrega meu p u na sua cara

talvez eu devesse mesmo morrer

unir-me com o todo

encontrar paz

se eu me mato agora
condeno a vida dos meus pais?
seria mais humano matá-los?
ou, na minha ausência, se entenderiam?

envenenamento por álcool

bloqueio das vias aéreas

pulverização do cérebro

por arma de fogo
um espetáculo

contempla

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