terça-feira, 25 de agosto de 2020

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Alguns dos links que vi essa semana:


CAUE NA WEBSFERA 6

https://www.youtube.com/watch?v=_QxAQWc4Cv0


thread da Leoa sobre alguns pontos da relação entre transar mal e consumir pornografia:

https://twitter.com/Isolated_Leoa/status/1287140247663513600?s=19


thread do The Intercept sobre as diferenças de linguagem e artifícios comunicacionais das facções criminosas atuantes no Rio de Janeiro:

https://twitter.com/TheInterceptBr/status/1294675336484052992

A partir da thread do The Intercept, artigo escrito para o mesmo jornal sobre os efeitos de a Mídia não "dar nome aos bois", em relação às facções criminosas do RJ

https://theintercept.com/2020/08/11/imprensa-rio-faccoes-milicias-trafico/


Um Antídoto Para a Insatisfação (Kurzgesagt - In A Nutshell)

https://www.youtube.com/watch?v=WPPPFqsECz0


O discurso de que 'pobre de direita é burro' é preconceituoso (Letícia Mori, BBC)

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-53788197


tweets de Existencial Comics sobre acesso à saúde mental e os efeitos das ações de grandes empresários

https://twitter.com/existentialcoms/status/1297236020421783552?s=19


thread com indicações de cadeiras de escritório, feita por Caricchio

https://twitter.com/pcaricchio/status/1297346460925800448?s=19 


A política israelita não tão escondida de TLOU Part II (Emanuel Mailberg, VICE)

https://www.vice.com/en_us/article/bv8da4/the-not-so-hidden-israeli-politics-of-the-last-of-us-part-ii

aqui eu acho relevante levantar uns pontos:

primeiro acho importante lembrar quem é o consumidor de games tido como padrão (homem, hetero, cis, branco, classe média alta) e que este jogo é uma sequência de um jogo produzido sete anos antes. Também, eu não ouvi os podcasts que Mailberg cita e meu intuito é falar do jogo, não de suas mídias relacionadas...

a este ponto vc já deve ter lido o artigo da VICE. Mailberg termina o artigo dizendo que o jogo fala sobre um ciclo interminável de ódio que é inevitável de ser experimentado pelos seres humanos e que ele não se vê nesse lugar de responder violência com mais violência.

A princípio concordo, mas acho importante considerar que o jogo fala sobre um ciclo de violência motivado pelo desejo de vingança de personagens específicos em um contexto específico. Não tem a ver com ódio exatamente e não é sobre agir pela vingança inevitavelmente, a história do jogo fala o tempo todo sobre como o ciclo de violência é interminável e que portanto alguém tem que deixar ir este sentimento para quebrar o ciclo. É este o arco das protagonistas e é o toque final da história do jogo (a um ponto onde se pode perguntar se a história se arrastou mais do que o necessário pra provar seu argumento).

Mailberg também traz elementos da história como paralelos do conflito Israel-Palestina, muito bem apontados. Ele fala sobre como os muros construídos pela FEDRA para fechar Seatle se assemelham com os muros feitos por Israel nas fronteiras com a Palestina e que têm pouco ou nada de semelhante com os muros construídos pelos EUA na fronteira com o México, o que achei muito interessante de ele notar, mas ao mesmo tempo, num jogo que é uma salada de inclusões, poderiam muito bem representar nada no mundo real e ser apenas uma referência estética.

Ainda em relação à FEDRA, Mailberg cita as cartas deixadas por Isaac (líder da FEDRA em Seatle) em que ele fala do levante da WLF (guerrilha urbana que surge em resposta ao regime fascista da FEDRA) e de como, uma vez que a WLF derrube a FEDRA, ele gostaria de vê-los lidando com o gerenciamento da população e dos conflitos com os Serafitas (que são um outro grupo armado e organizado em resposta ao poder que a FEDRA exerce). Sobre a relação bélica entre FEDRA e Serafitas, Mailberg traça mais paralelos com o conflito Israel-Palestina, sendo a FEDRA a representante de Israel e os Serafitas os representantes da Palestina, num conflito que parece interminável pelo domínio da cidade de Seatle. Novamente paralelos muito bem colocados, mas que não assumem lados como Mailberg afirma. Não há uma defesa da FEDRA e de seu modo de governar e as informações que o jogo dá sobre a FEDRA partem de personagens dentro do próprio jogo. Ou de personagens que faziam parte da FEDRA, ou de personagens que se posicionavam contrários à FEDRA...

Se alguém se perguntar porque o jogo não traz um protagonista de dentro da seita Serafita, como fez com a WLF, a minha resposta curta é: a protagonista da WLF é uma peça chave para ligar a história deste jogo com o anterior, e meio que é só isso mesmo... concordo que o jogo não faça uma defesa dos personagens que por n motivos tenham decidido se juntar aos Serafitas, mas também não é como se o jogo em algum momento defendesse a escolha dos personagens que se juntaram à WLF. Quando os Serafitas aparecem de um jeito relevante na história, o argumento já está muito claro e o jogo mostra a seita como um grupo de pessoas com suas motivações e que não são menos dignas de estarem vivas, inclusive mostra a seita sendo duramente atacada pela WLF, mostrando que a WLF, assim como a FEDRA, é uma organização de caráter fascista.

Eu não sei se é possível chamar os Serafitas de fascistas, mas o que fica muito óbvio, com relação ao comportamento do grupo, é que o jogo pressupõe que todo grupo muito grande precisa de regras muito duras pra se manter e que essas regras invariavelmente vão trazer males para as pessoas que compõem o grupo.

Há literalmente um carro da FEDRA pixado com a palavra "fascista", há várias referências ao uso da força que a FEDRA usa contra a sua população (desde o primeiro jogo, diga-se). Senti falta de saber mais sobre os Serafitas (ter mais informações sobre o conflito em si), é verdade, mas daí a pensar que a FEDRA, ou mesmo a WLF, foi defendida no uso de sua força para o domínio da cidade em questão é muito além do que o jogo diz.

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