e o medo constante de ser público
de só ser
esquisite
consciente de si próprie
sempre bravia
amarga e um tanto cínica
apática por sua irrelevância
descrente da magnitude das estruturas que sustentam
impotente
incoerente
segura o ar
até sufocar
.
no silêncio as coisas fazem sentido
de jeitos terríveis
nós fazemos sentido
um corpo que testemunha seu tempo
vivo
presente terrível
a fúria como desejo
e a consciência do colapso iminente
mentalidade colonizadora
limitante, violenta, infantil
"eu e os cara
vai vendo, o tempo não para"
de repente eu me vi diferente
me fiz outra coisa
espontaneamente violento
severo
consigo mais que tudo
cínico e entediado
debaixo da casca
reflexivo
pretensamente justo
consciente de suas falhas
vigilante de seus erros
até cansado
de tanto trabalho intenso
aprende sobre si e transforma-se
constantemente
entre altos e baixos
mas incapaz de dar valor
"ele fica perdido no dia-a-dia
o dia-a-dia tá perdido no tempo
e o tempo já se perdeu no incompreensível"
.
se só é possível existir
desexistir é só uma interrupção
do fluxo
da monotonia geral
"morrer é um fator"
"não posso mais temer a morte
já morri centenas de vezes"
fiel à desesperança que sinto
elaborando planos
sobre o que eu nem sei
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