o problema não é o escuro
é a solidão entre 4 paredes
acordo com fome
mas não quero levantar
não parece haver motivos
aprendi com a minha solidão
que ninguém escolhe ficar só
não se obriga os outros a estar junto
cada um sabe de si
e de suas relações
mas ficar só [quase] nunca é uma escolha
as pessoas podem lidar melhor ou pior
podem aceitar sua condição
ou enlouquecer completamente
sentimento de desajuste
descompasso
um trombone que interrompe a orquestra entrando na hora errada
todos os seres vivos da Terra
morrem sozinhos
desajuste/rejeição
eu preferia que ela tivesse morrido
preferia vc ter morrido
ou morreria eu mesme
que despedir assim
ensaiando despretensiosamente uma cena
realizar um acontecimento
singularidade/happening
a solidão absoluta e esmagadora
autopresença
fenomenologia de si
violência. morte
transformação
ter um prazer na queda livre
existir em outro tempo
da impossibilidade de ser
não-contemplade
sozinhe em público
sempre
né?
e se tudo que acontece fizer sentido?
eu queria ser o fantasma
esse é o b.o. dsjkdjk
por uma morte espetacular
uma cena a ser lembrada
o terrorista suicida
o psicopata e a esquizofrênica
que hora melhor que agora?
acolher-se e caminhar
erro induzido
"vc fez algo errado
eu pedi pra morrer mas acordei"
que dia incrível :)
eu queria sumir de leve
quero morrer da falta que vc faz
afogar no silêncio da minha mente
vc não poderia mesmo me salvar[?]
seria injusto pedir isso[?]
na sua partida me despeço
a sombra que me acompanha, abraço
me entrego
a definhar
por dentro e por fora
de volta ao pó
assimilação universal
- saída de emergência
- única parada obrigatória
tempo
contagem regressiva
entropia
o fim de todas as coisas
transformação/déjà vu
viva, a cada banho de chuva
pêndulo
um lugar de trevas
vinho-paixão
dedicatória pro fim
a gente nunca tá sozinhe
"solteire mas nunca sozinhe
pq as vozes não me deixam em paz"
"só fica solteire quem não segura um par"
"hoje eu vou sair pra ver o Sol
vou me perder entre as estrelas"
saí pra ver o que acontecia
ver se o ar livre me liberta
se os chacras se realinham
dias feios
lugares idem
cidade cinza
cercada de um mar choroso
triste e melancólico
sob o céu nublado
o Sol se põe pálido
pinta o branco com camadas de cinza
uma sobre a outra
dissolvendo a luz na escuridão oceânica
suspenso no escuro congelante
não posso respirar
mas abro os olhos
o sufocamento conta uma história
"essas são as cicatrizes
de tudo que eu passei
pela última vez"
luzes cintilam por onde olho
como vagalumes
pequenas orbes de luz à toda volta
meu peito arde com a água salgada
morri
de novo
antes de fazer sentido
singular-único
experiência irrepetível
totalidade concreta
o todo da experiência
revolução lúdica for fuck's sake
agora eu só queria morrer
uma biblioteca
no fundo do oceano
ferido por dentro
um pássaro que só canta
enquanto morre
...
hoje é um dia daqueles...
ela não tá errada
é só que eu não to bem
ela faz falta
e preenche a falta que eu faço
sentando em outra p ca
- eu queria fazer algo assim
- eu queria que fosse comigo
queria morrer da falta de vc
afogar no vazio
arder em chamas
num grito agudo de agonia
virar cinzas
"o telhado está caindo
as paredes cedendo"
segura aqui
assim
chupa meu saco
esfrega meu p u na sua cara
talvez eu devesse mesmo morrer
unir-me com o todo
encontrar paz
se eu me mato agora
condeno a vida dos meus pais?
seria mais humano matá-los?
ou, na minha ausência, se entenderiam?
envenenamento por álcool
bloqueio das vias aéreas
pulverização do cérebro
por arma de fogo
um espetáculo
contempla
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