quinta-feira, 14 de setembro de 2017

uma carta como há muito tempo não acontecia

Olá

Você provavelmente nunca vai ler essa carta e é por isso que eu eventualmente vou te procurar e dizer isso pessoalmente (ou pelo menos eu espero).

Sei que as últimas vezes que nos falamos as coisas foram um pouco ásperas, até por isso fiquei em silêncio por tanto tempo, mas esse silêncio dói e eu preciso falar.

Silêncios como esse que ficou entre nós normalmente doem mesmo, e na maioria das vezes é melhor deixar a dor acontecer e o tempo passar, mas eu não pude deixar de me sentir incomodado com a dor e sinto que preciso te dizer algumas coisas.

(Talvez eu não tenha aprendido com os silêncios anteriores a deixar as coisas como estão ou eu acredito que possa ser diferente dessa vez. Talvez eu tenha enlouquecido.)

Bom, não é algo exatamente desculpável, mas eu preciso pedir desculpas por ter te dado a impressão de estar sozinha. Não queria que a distância te afetasse dessa maneira, mas assim como a distância era inevitável, a solidão também foi.

Com esse distanciamento, colocamos um muro entre nós. Coisa que juramos que não faríamos, mas esquecemos que não se pode mandar no modo como sentimos.

Com essa carta, eu estou tentando transpor esse muro. cruzar esse espaço fictício e fazer algum contato. Sem a pretensão de retomar os laços como eram antes, quando tudo estava bem entre nós, mas com a intenção de nos aliviar das mágoas que ficaram.

Como se pudéssemos nos olhar nos olhos e dizer que está tudo bem.

O mínimo que posso fazer é te agradecer por tudo que você me ensinou. Muito do como eu me vejo hoje é derivado das nossas conversas.

Você me ensinou muito sobre mim mesmo, me ajudou a ter outra perspectiva sobre a minha vida.

Talvez soe clichê, mas é de coração: você pode contar comigo se precisar. A qualquer dia, a qualquer hora.

Te amo

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