Comecei a usar o miniblog no final de 2010 e achei incrível como o seu funcionamento é simples. Você escreve e posta. O que você posta aparece na timeline de quem te segue e o que as pessoas que você segue postam aparece na sua timeline. TUDO. Sem filtros como o do Facebook, onde você tem acesso aos posts de quem mais interage com você.
O Twitter é um lugar onde todos tem o mesmo poder de dizer algo. Sem nenhum filtro de popularidade, nenhum filtro de interações. Todos podem dizer qualquer coisa e têm a mesma chance de ser lidos por todo mundo. O Twitter se tornou famoso por seu limite de 140 caracteres por post (ou tweet, que é como chamam o post dentro do Twitter). O que significa que o Twitter é um espaço para dizer algo rápido.
Curiosidade: tweet é uma expressão inglesa para indicar o piu de um pássaro.
Você já deve ter visto pássaros piando. Apesar de piarem muito, um piu é rápido, direto e eficaz.
Um pouco de background: a Twitter Inc. desenvolveu para o seu app de celular um sistema que pré-carrega links para fora do Twitter e, se for possível, exibe as informações principais dessas páginas dentro do próprio app do Twitter. Se não for possível o link te direciona para a própria página, como sempre foi.
Em smartphones esse tipo de carregamento, que simplifica a leitura de dados e deixa as páginas mais leves, é ótimo pois facilita o carregamento da página sem afetar (ou afetando menos) o desempenho do aparelho. Ninguém se opôs a isso.
O que está acontecendo agora (e cuja reação pode ser facilmente verificada no próprio twitter sobre a hashtag #Twitter10K) é que a Twitter Inc. vem estudando um meio de possibilitar textos maiores, incluindo fotos e outras mídias, dentro do próprio Twitter. Ao invés de um link para fora, teríamos um botão do tipo "leia mais", e clicando nele o tweet expandiria e exibiria todo seu conteúdo. Essa funcionalidade busca evitar mudanças na estética da timeline.
Claro que a empresa cita razões positivas para essa mudança, é isso que empresas fazem (veja na matéria da Forbes no final do texto). Mas o que me preocupa como usuário do serviço é a perda de uma característica tão particular em nome de nada, uma vez que isso nunca foi um problema para os usuários. Aliás, os usuários reclamam da ausência de um botão de edição do tweet (para quando alguém digita algo errado) e isso aparentemente nunca foi ouvido pela empresa.
Além do que já comentei, acontecerá uma coisa "engraçada". O Twitter se tornará ainda mais parecido com o Tumblr (outra plataforma de miniblog que é muito similar, mas sem o limite de caracteres).
Ser parecido com o Tumblr é ruim? Não. Mas como usuário, se eu quisesse o Tumblr, eu iria ao Tumblr, e não ao Twitter.
Claro que o meu julgo estético e prático enquanto usuário não vão impedir ninguém de aprovar isso. Mas eu, que sempre me senti tão comtemplado pelo Twitter, que sempre me senti seguro, me senti num espaço que tinha a ver comigo, sinto como se tivessem roubado o meu espaço e transformado em outra coisa. Vou me sentir um pouco deslocado, mais ou menos como me sinto no Facebook.
Fontes:
Forbes
PS: mais um motivo para dizer não aos 10 mil caracteres: O pensamento humano acontece em formato de frases curtas. O tweet, com 140 caracteres, é o mais próximo que qualquer plataforma escrita já chegou de mostrar o pensamento acontecendo em tempo real. Elaborar pensamentos pode ser feito em sites, no Facebook ou em outras plataformas. O Twitter não precisava dessa mudança.
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