sábado, 9 de agosto de 2025

até o fim

desastradas,
eu nos atropelei distraída
indo em frente sem saber aonde
sempre enfrente...
desastradas em comunicar
distraídas com sentires em excesso
anuviadas em deveres
inventados ou não
inábeis em construir contigo
os nossos próximos passos
seguir sós
sentenciadas a reconstruir
e ignoro
luto
que enfrentamos
invariavelmente
egoísta, obtusa
e agora confusa

eu matei o nosso amor
desculpa :(
talvez pudesse ser + fácil
talvez eu só me jogue em caminhos tortuosos
faço péssimas escolhas
e me atrapalho com o que tenho
fico confusa a ponto de me machucar
e às vezes eu só queria morrer

a todo momento que consulto o cel
na esperança de ver mensagem sua
claro que não há
destruí seu coração, "abri mão" do nosso amor
e pode parecer que nem tive dó
que eu arquitetei tudo isso pelas costas
e a gente se culpa
queria ser quem vc achava que éramos
mas não conseguimos
falhamos em amar incondicionalmente
será que nos viciamos em paixão?
nos entorpecemos muito gostosamente
no infinito de um instante;
amamos mais transcendentalmente que qualquer romance
mas sentiremos muito
se não é como o desejado :(

a gente foi dormir com frio
nessas semanas
perdi o brilho
como se nunca mais fosse sorrir
que vc esteja quente de tanto que pensamos em vc
querendo colo de quem nós mesmas machucamos
envergonhada, mergulhei em silêncio
deixei a escuridão gelada me embalar
em sonhos intranquilos
que não pretendi acordar

com o tempo, a gente se estranha
dissocia para nos afinar novamente
então a gente escreve
toca
medita
transa
e existe
assim se faz o presente de uma pra outra
observar/absorver
sonhar/sobreviver

inquietas
brava e triste
a gente fica puta de ser louca
e mete os pés pelas mãos

"a minha casa é assombrada
são meus esses fantasmas"